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Recesso dos Racionais MC’s indica que o grupo talvez saiba que perdeu relevância

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Nada nem ninguém tira ou ameniza a importância que o grupo paulistano de rap Racionais MC’s teve no desenvolvimento da cena de hip hop do Brasil. Se o rap nacional hoje tem voz ativa no mercado musical e nos guetos, fazendo a cabeça dos manos com discurso contra a opressão social, muito se deve a Edi Rock, Ice Blue, KL Jay e Mano Brown, nomes fundamentais para a construção da identidade do hip hop brasileiro.
Contudo, o tempo nunca espera por ninguém. Outros rappers, como Criolo e Emicida, e mais recentemente Rincon Sapiência e Baco Exu do Blues, foram renovando o hip hop nacional e ampliando o público, indo além dos guetos, mas sem deixar de valorizar esses guetos tanto na música quanto na atitude. O anúncio de que o quarteto decidiu em dezembro entrar em recesso por tempo indeterminado – decisão somente agora revelada por KL Jay em entrevista à revista Rolling Stone – sinaliza que talvez o próprio grupo perceba que perdeu a importância de outrora e precisa se reciclar para se tornar novamente relevante.
Lançado há quatro anos, o autorreferente sexto disco de músicas inéditas do Racionais MC’s, Cores & valores (2014), causou mais impacto pela capa do que pelo repertório em si, frustrando quem havia esperado doze anos por um álbum de estúdio do grupo. A questão é que, para Edi Rock, Ice Blue, KL Jay e Mano Brown, talvez seja mais interessante atualmente focar em projetos paralelos do que trabalhar em novo álbum dos Racionais MC’s. Até porque o grupo – em foto de Klaus Mitteldorf – é refém do próprio glorioso passado.
Em cena há 20 anos, tendo sido formado em 1988 na cidade de São Paulo (SP), o grupo deu voz ao gueto através de álbuns emblemáticos como Sobrevivendo no inferno (1997). É difícil superar um disco referencial como esse. Aliada ao interesse dos integrantes pela experimentação individual de outros sons e ritmos, essa dificuldade motiva o recesso, que talvez seja mesmo o caminho mais indicado por ora. Até para o quarteto voltar – quando voltar e se voltar – com fôlego renovado para honrar o histórico de um grupo fundamental na história da música popular do Brasil.

Fonte: G1 Música – Leia a matéria completa.

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