Chega às plataformas digitais nesta sexta-feira o aguardado quarto álbum da cantora pop neozelandesa Lorde, intitulado ‘Virgin’. As expectativas aumentaram, considerando que seu último trabalho, ‘Solar Power’, foi lançado há quatro anos, representando uma ruptura em relação aos anteriores ‘Pure Heroine’ (2013) e ‘Melodrama’ (2017).
“Virgin” deveria mostrar se a guinada para um pop mais convidativo de ‘Solar Power’ era definitiva ou apenas uma fase transitória. No entanto, o novo álbum parece não cravar um posicionamento claro nessa questão. Aos 28 anos, Lorde opta por um caminho intermediário, resultando em um disco esquálido e de estruturas musicais pouco definidas.
Com apenas 11 faixas que somam menos de 35 minutos, “Virgin” carece de unidade, apresentando uma extrema economia em seus arranjos instrumentais, que frequentemente se resumem à voz de Lorde acompanhada por beats eletrônicos e percussão acústica.
Apesar da carência de coesão, o álbum revela três fases distintas ao longo da audição. As primeiras faixas incluem os singles ‘What Was That’, ‘Man of the Year’ e ‘Hammer’, que possuem uma energia vibrante. Embora menos robustas, essas músicas poderiam facilmente ser tocadas em uma pista de dança, embora um pouco mais de guitarra pudesse adicionar bastante à sonoridade.
Depois de “Current Affairs”, que apresenta um delicado dedilhado de guitarra, as faixas seguintes mostram um estilo rarefeito e quase vazio, onde a percussão fica reduzida e Lorde se destaca apenas pela força de sua voz.
A vocalista se mostra única em sua habilidade de manipular a respiração, sendo capaz de transformar linhas simples em momentos memoráveis. A faixa de fechamento, ‘David’, destaca-se por seu minimalismo, muitas vezes alternando entre a voz da cantora e longos silêncios.
Por mais que sejam encontrados bons e maus momentos nesse prisma musical, Lorde consegue dar beleza a canções que, de outra forma, poderiam parecer desconectadas. É fácil perdoá-la pela força contagiante de sua voz e pelas letras que abordam questões de gênero, refletidas em videoclipes marcantes, como no caso de ‘Man of the Year’, onde ela desafia normas com sua estética provocadora.
Embora “Virgin” possa ser visto como um álbum polarizador, é inegável que a habilidade vocal de Lorde e sua sensibilidade às questões sociais trazem uma nova dimensão ao seu trabalho.
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