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ALMG derruba veto do governador e mantém transferência de servidoras vítimas de violência

ALMG derruba veto do governador e mantém transferência de servidoras vítimas de violência

REDAÇÃO – Em Reunião Extraordinária nesta quarta-feira (21/5/25), o Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) derrubou parte do Veto 24/25, do governador Romeu Zema (Novo), ao direito de a servidora pública vítima de violência doméstica e familiar mudar seu local de trabalho.

Consulte o resultado e assista ao vídeo completo da reunião

O veto do governador foi total, atingindo a Proposição de Lei Complementar 189, de 2025, que dispõe sobre o direito à remoção ou à mudança de lotação da servidora pública civil e sobre o direito à movimentação da militar em caso de violência doméstica e familiar. Ela teve origem no Projeto de Lei Complementar (PLC) 84/22, do deputado Cristiano Silveira (PT), aprovado pelo Plenário da ALMG em março.

Para derrubar um veto, são necessários votos de 39 deputados. O veto do governador foi rejeitado por 62 votos nesta quinta (21), salvo votação em separado do parágrafo 1º do artigo 1º da proposição de lei, pelo qual a mudança do local do trabalho não estaria condicionada à existência de vaga e ocorreria em qualquer época do ano. Esse dispositivo teve o veto mantido por 35 votos contrários à derrubada e 19 a favor.

A votação destacada foi encaminhada pelo deputado João Magalhães (MDB), líder do Governo na ALMG, fato criticado por deputadas e deputados que pediram a palavra na fase de discussão e encaminhamento da votação.

Com o resultado, ficará mantida na nova lei texto assegurando, a pedido, o direito à remoção ou à mudança de lotação e o direito à movimentação, respectivamente, à servidora pública civil e à militar integrantes dos quadros da administração pública direta ou indireta do Poder Executivo que tenham sido vítimas de violência doméstica e familiar.

Para o exercício dos direitos previstos, o pedido deverá ser instruído com boletim de ocorrência policial, de forma a atestar a situação de violência doméstica e familiar.

Ao receber o pedido de mudança, o órgão ou a entidade de lotação da servidora comunicará a ocorrência à autoridade competente, para a adoção dos procedimentos previstos na Lei Federal 11.340, de 2006, a Lei Maria da Penha.

Veto é criticado e destaque visto como manobra do governo

O autor do projeto reiterou que o distanciamento da mulher de seu agressor é importante para quebrar o círculo da violência doméstica e familiar, por isso a relevância da lei proposta.

Cristino Silveira lembrou que na tramitação do projeto foram feitos ajustes acordados com a base do governo, como condicionar a observância do direito a mecanismos como boletim de ocorrência, e criticou o destaque pedido na votação relacionada à existência de vagas no serviço público.

deputado João Vítor Xavier (Cidadania) considerou que o governo tem direito a se posicionar do jeito que queira sobre qualquer assunto. “Mas nesse caso o que há é quebra de acordo para a construção de um consenso feito na Casa, com a votação unâmine do projeto em dois turnos”, criticou.

A deputada Ana Paula Siqueira (Rede) avaliou que o Governo do Estado falha com ausência de políticas sérias em defesa das mulheres. “Estamos aqui com mais uma demonstração de falta de compromisso e responsabilidade com a vida das mulheres”.

deputada Lohanna (PV) também frisou que o projeto teve voto por unanimidade do Plenário. Ela considerou errado justificar o veto ao dispositivo destacado na reunião com alegações de que a servidora poderá ir para qualquer lugar do Estado mesmo sem haver vaga. “Não é verdade. O Estado é quem vai dizer as regras e onde há possibilidade, com decreto regulamentando”, disse ela.

Já o deputado Sargento Rodrigues (PL) lembrou do suicídio da escrivã Rafaela Drumond, vítima de assédio no local de trabalho, ao se manifestar contrário ao veto total.

deputada Bella Gonçalvez (Psol) também defendeu a derrubada do veto. “Pensar que mortes de mulheres ocorrem por serem mulheres e que uma medida que pode salvar milhares delas é vetada, é vergonhoso”.

deputada Beatriz Cerqueira (PT) classificou de manobra do governo o pedido de destaque. Segundo ela, manter o veto sobre o texto e sobre o destaque daria a falsa ideia de proteção. “É retirar as condições objetivas de proteção, esse é um veto desrespeitoso, um recado do governo de que suas servidoras ele não protege, uma vergonha”, registrou ela.

Razões do veto

Na mensagem encaminhada ao Parlamento mineiro, o governador justificou o veto total dizendo que a proposição teria desconsiderado a isonomia entre as servidoras estaduais, ao restringir a concessão do direito somente aos quadros do Poder Executivo.

Argumentou, ainda, que a proposição invadiria iniciativa privativa do Executivo ao tratar de regime jurídico aplicável a servidora pública civil e a militar integrantes dos quadros da administração pública direta ou indireta.

A Comissão Especial encarregada de analisar o veto opinou por sua manutenção, com a discordância de parlamentares durante a votação do parecer, como voltou a ocorrer nesta quinta (21), no Plenário.

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Confira a matéria completa em: www.jornalbairrosnet.com.br

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