A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do medicamento Mounjaro, desenvolvido pela Eli Lilly, para tratar a obesidade no Brasil. Antes, o remédio estava autorizado apenas para pacientes com diabetes tipo 2, mas já era utilizado off-label para perda de peso. A nova indicação foi divulgada no Diário Oficial da União na segunda-feira (9).
O princípio ativo do Mounjaro é a tirzepatida, que já foi aprovada para essa finalidade em outros países, como os Estados Unidos e na União Europeia. Este medicamento pertence à classe dos análogos de GLP-1, conhecidos por sua alta eficácia no controle do peso corporal.
Luiz Magno, diretor sênior da área médica da Lilly do Brasil, celebrou a decisão e criticou a ideia ainda prevalente de que a obesidade é apenas uma escolha individual. “Durante décadas, dieta e exercício foram as únicas opções de tratamento, mas nem todos os pacientes conseguem perder peso apenas com essa abordagem”, afirmou.
Fábio Trujilho, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), também vê a liberação como um avanço. Ele explicou que a tirzepatida aumenta as opções terapêuticas, especialmente para aqueles que necessitam de emagrecimento devido a comorbidades. “Estudos clínicos demonstraram que o medicamento promove uma perda de peso superior à observada com outras medicações já disponíveis, em doses mais altas”, destacou.
A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Karen de Marca, ressaltou os resultados positivos dos estudos clínicos com o Mounjaro, comparando a perda de peso alcançada com procedimentos cirúrgicos. “Nos estudos, cerca de 50% dos pacientes perderam mais de 20% do peso corporal e aproximadamente 35% perderam mais de 25%”, afirmou, enfatizando que o tratamento deve ser individualizado.
Quem pode usar o Mounjaro
O remédio foi aprovado para indivíduos com índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30 kg/m² (obesidade), ou entre 27 e 30 kg/m² (sobrepeso), desde que apresentem condições associadas ao peso, como hipertensão ou pré-diabetes.
Preço do Mounjaro
Comercializado no Brasil desde maio, o Mounjaro é administrado por meio de uma caneta autoinjetora semanal. Cada caixa contém quatro doses, equivalente a um mês de tratamento. Os preços variam conforme o canal de compra e a adesão ao programa de descontos da fabricante. No programa “Lilly Melhor Para Você”, os valores online são de até R$ 1.406,75 (2,5 mg) e R$ 1.759,64 (5 mg). Em farmácias, os preços podem atingir R$ 1.506,76 (2,5 mg) e R$ 1.859,65 (5 mg). Fora do programa, os preços podem chegar a R$ 1.907,29 e R$ 2.384,34, respectivamente.
Pesquisas revelam que o Mounjaro pode resultar em uma perda de peso significativamente maior. Um estudo publicado no New England Journal of Medicine com 751 participantes mostrou que pacientes tratados com tirzepatida perderam em média 20,2% do peso corporal, enquanto aqueles que utilizaram semaglutida apresentaram uma redução de 13,7%, resultando em uma eficácia 47% superior.
Com a aprovação da Anvisa, o Mounjaro se torna uma nova opção oficial no tratamento da obesidade no Brasil, oferecendo alternativas para pacientes que enfrentam dificuldades com os tratamentos tradicionais.
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