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Argentino Menotti gostava do jogo com arte e ousadia – 07/05/2024 – Tostão

Argentino Menotti gostava do jogo com arte e ousadia - 07/05/2024 - Tostão

Dias atrás morreu, aos 85 anos, César Luis Menotti, treinador campeão do mundo pela Argentina em 1978. Em 1986, os argentinos ganharam o segundo título mundial, sob o comando de Carlos Bilardo. No ano passado, a Argentina foi novamente campeã, sob a direção do jovem Lionel Scaloni.

Existe na Argentina uma frequente discursão entre os torcedores menotistas e os bilardistas, como são chamados, sobre quem foi o melhor dos dois treinadores, com ideias bem diferentes de jogo. Menotti só aceitava vencer jogando bem, com arte, ousadia e beleza. Gostava de pressionar e ter domínio da bola e do jogo. Acreditava que a emoção, característica do povo argentino, teria que fazer parte da maneira de jogar da seleção.

Já Bilardo, bastante pragmático, se contentava com o resultado. Queria uma equipe segura, organizada, sem devaneios. Bilardo gostava de uma marcação mais posicional e o uso de contra-ataques rápidos. As duas estratégias são eficientes, desde que haja ótimos jogadores e os planos sejam bem executados. Os dois querem vencer, cada um do seu jeito.

Guardiola, quando era jogador do Barcelona, bebeu na fonte do holandês Cruyff e do argentino Menotti. Guardiola conta que antes de se tornar treinador foi à Argentina algumas vezes para conversar sobre estratégias de jogo com Menotti. Dizem que os papos duravam longas horas. Outro treinador menotista, e que Guardiola admira, é o argentino Bielsa. A enorme qualidade e a maneira de jogar do Barcelona, dirigido por Guardiola, que tinha Messi, Xavi, Iniesta e Busquet, encantou todos e suas ideias se espalharam pelo mundo.

A discussão sobre o menotismo e o bilardismo é quase a mesma que existe hoje em todo o mundo, entre jogar com estilo mais agressivo, ofensivo e com domínio da bola ou atuar no estilo mais seguro, de fechar os espaços e atacar com transições rápidas da defesa para o ataque.

Noto que quase todos os treinadores argentinos que trabalham no Brasil são menotistas, como Gabriel Milito, do Atlético-MG, e Coudet, do Inter. Colocam a emoção como parte importante do jogo. Já os treinadores portugueses que estão no Brasil são mais acadêmicos, mais disciplinados cientificamente.

O futuro, que já chegou, é o de utilizar as duas estratégias no mesmo jogo, de acordo com o momento e com a qualidade e características dos adversários. Assim a Argentina venceu a última Copa.

O Real Madrid, dirigido por Ancelotti, usa a pressão e o domínio da bola e do jogo quando enfrenta adversários nitidamente inferiores. Já contra grandes equipes, como Manchester City e Bayern de Munique, o técnico costuma marcar mais atrás, ter o domínio da bola no meio campo e, no momento certo, lançar bolas nas costas dos defensores para aproveitar a velocidade e habilidade de Rodrygo e Vinicius Junior.

Vini Junior ainda não brilhou tanto na seleção brasileira como no Real Madrid porque o time brasileiro não tem o mesmo talento no meio campo.

O futebol e o mundo precisam evoluir e valorizar mais a diversidade e a capacidade de se adaptar a situações diferentes, às vezes imprevisíveis. Não tem de ser uma coisa ou a outra. Podem ser as duas. O radicalismo empobrece o ser humano e a vida.

É urgentíssima a transferência de dinheiro das emendas parlamentares para enfrentar a tragédia que atinge o Rio Grande do Sul. Minha solidariedade ao povo gaúcho.


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