A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) celebra duas décadas de atuação em 2025. Criada durante o segundo Acampamento Terra Livre (ATL), sua trajetória se entrelaça com a história de resistência dos povos originários do país.
Às vésperas do Dia dos Povos Indígenas, a Apib se destaca como uma referência nacional na promoção da unidade entre as diversas etnias que compõem a rica tapeçaria cultural brasileira, envolvendo quase 1,7 milhão de indígenas, segundo dados do IBGE.
Em entrevista à Agência Brasil, Jecinaldo Barbosa Cabral, atual chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade do Ministério dos Povos Indígenas, e Francisco Avelino Batista, conhecido como Chico Preto, compartilhando suas experiências e a evolução da Apib, falam sobre o contexto que levou à criação dessa entidade.
Início da Mobilização e Abertura Política
Chico Preto destacou que a discussão sobre a necessidade de uma nova instância de representação começou nos anos 70, um período marcado por repressão e dificuldade de mobilização:
“Esta discussão começou a tomar forma nos anos 70. Inicialmente, de forma tímida e bastante reprimida.”
Com a abertura política e a promulgação da Constituição Federal de 1988, novas oportunidades surgiram para a organização indígena, levando à fundação da Apib.
Desafios e Representatividade
Para Jecinaldo, o Acampamento Terra Livre, que ocorreu pela primeira vez em 2004, foi crucial para unificar lutas e criar pautas conjuntas. Após um período de cerca de cinco anos sem representação nacional, a necessidade de um novo formato de articulação emergiu:
“Pensamos em um novo formato e começamos a fazer vários seminários regionais.”
Os representantes regionais da Apib garantem que cada área do Brasil tem voz nessa luta, sem que o poder decisório fique restrito a poucos indivíduos.
Conquistas e Futuro
Para ambos, as duas décadas da Apib são marcadas por avanços significativos, incluindo a criação do Ministério dos Povos Indígenas e a presença de líderes indígenas em cargos de poder. No entanto, reconhecem que o caminho à frente ainda possui desafios:
“Ainda não garantimos plenamente o direito constitucional dos povos indígenas às suas terras tradicionais.”
Recentemente, a Apib reuniu milhares de indígenas em Brasília para o 21º Acampamento Terra Livre, reforçando sua relevância na luta pelos direitos dos povos indígenas no Brasil.
Num contexto de crescente mobilização, Jecinaldo sublinhou: “Acredito que, hoje, a Apib tem condições de chegar aos 50 anos.”
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