A Pequena África, localizada na região portuária do Rio de Janeiro, foi palco de manifestações nesta sexta-feira (21), reunindo ativistas e intelectuais em uma visita guiada que destacou os principais símbolos da cultura afro-brasileira. O evento, promovido em memória ao Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), visa estimular a reflexão sobre as raízes do racismo e a luta contra a opressão policial.
Comemorado anualmente em 21 de março, a data relembra o Massacre de Sharpeville, onde a violência policial ceifou a vida de 69 manifestantes, durante uma manifestação pacífica na África do Sul em 1960. Atualmente, ações em todo Brasil, como a campanha “21 Dias de Ativismo contra o Racismo”, tem sido promovidas para engajar a sociedade em discussões sobre racismo e desigualdade social.
Além disso, o passeio começou no Cais do Valongo, um local histórico que funcionou como um dos principais portos de chegada de escravizados às Américas. Estima-se que cerca de um milhão de pessoas foram trazidas da África para o Brasil durante esse período. O evento culminou no Largo de São Francisco da Prainha, também um espaço com significância histórica.
A psicóloga Luciene da Silva Lacerda, uma das organizadoras do ato, destaca a importância de ampliar a discussão sobre questões raciais além do Dia da Consciência Negra, enfatizando que o 21 de março é um convite à reflexão e à ação.
“Revisitar esses locais é pensar nos lugares de memória e evidenciar o protagonismo da história afro-brasileira”, enfatizou a historiadora Raquel Mattoso, reforçando que o passeio contribui para a construção da memória coletiva.
SÃO PAULO
Na capital paulista, cerca de 200 manifestantes se reuniram para protestar contra a violência policial. Organizado pela Frente Povo Negro Vivo, o ato percorreu locais icônicos como a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a Faculdade de Direito da USP, e finalizou em frente à Secretaria Estadual de Segurança Pública, onde um protocolo de pedidos de impeachment contra autoridades foi protocolado.
O professor Ramatis Jacino chamou a atenção para a necessidade urgente de debater a violência policial que afeta a população negra, especialmente na periferia.
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