A ausência do presidente estadual do PT – ou de representantes – na posse das prefeitas de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), e de Contagem, Marília Campos (PT), criou um mal-estar entre aliados das duas petistas. “É um absurdo. São duas das maiores cidades controladas pelo PT no Brasil, as duas maiores de Minas Gerais, e não tinha nenhum representante da Executiva estadual”, avaliou um interlocutores do partido em Minas. “O PT não valoriza seus municípios”, disse outro.
A ausência foi atribuída às desavenças que têm marcado as disputas internas que antecedem o processo para a escolha da direção estadual do partido, prevista para 6 de julho. As articulações internas no partido andam a pleno vapor e ainda não é possível definir qual será o cenário da disputa. Contudo, duas alas têm ganhado destaque. Uma vinculada ao atual presidente da legenda em Minas Gerais, deputado estadual Cristiano Silveira (PT), e outra ao deputado federal Rogério Correia (PT).
Enquanto Cristiano teria o apoio dos deputados federais Reginaldo Lopes (PT) e Miguel Ângelo (PT), Rogério estaria de olho justamente no apoio das duas prefeitas, consideradas lideranças fundamentais no partido, e que já teriam manifestado insatisfação com ações da atual gestão. Especialmente Marília Campos, que fez críticas públicas à direção do partido em diversas ocasiões.
E uma dessas ocasiões, em março de 2024, durante entrevista a O TEMPO, Marília avaliou que a “direção partidária e em especial os deputados, não tratavam as prefeituras com a atenção devida”. Também via imprensa, Cristiano Silveira respondeu às críticas e reforçou seu apoio às prefeitas petistas em Minas.
Rogério Correia, que é vice-líder do governo Lula na Câmara, foi o único deputado petista presente na posse de Marília Campos. Em suas redes sociais, o parlamentar parabenizou a prefeita e disse que estava na posse representando o governo federal. Nos bastidores, a presença foi entendida como uma tentativa de garantir proximidade com a prefeita.
Questionado sobre a ausência, Cristiano Silveira minimizou. Ele disse que tanto Marília quanto Margarida sabem que podem contar com o apoio do partido e argumentou que a dificuldade de participação na posse é resultado da data.
“Assim como na primeira eleição, não só delas, mas de todos nossos prefeitos, muitos de nós estivemos juntos na luta pela eleição, na campanha. Na posse, a data não ajuda, pois muitos viajam para estar com a família. Mas em todas as nossas redes sociais registramos o momento da posse”, disse o presidente do PT de Minas.
Margarida Salomão evitou polemizar e concordou que a data não favorece. “A data da posse em 1° de janeiro complica a vida de todo mundo. Não vejo nenhum significado político especial”, avaliou. Em Juiz de Fora, cidade de Margarida Salomão, o único parlamentar petista presente foi o deputado estadual Betão (PT), que tem origem na cidade. A deputada federal Ana Pimentel (PT), que foi secretária de Saúde da prefeita antes de se candidatar ao cargo de deputada federal, teria enviado representantes.
Procurada pelo Aparte, Marília Campos informou, por meio de sua assessoria, que não comentaria o assunto.
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