Em resposta à queda significativa nas receitas com tarifas, os principais bancos do Brasil têm introduzido novos pacotes de serviços não bancários, que incluem opções como streaming, seguros para pets e créditos de celular. Essa estratégia visa compensar as perdas financeiras resultantes da popularização de métodos de pagamento como o Pix.
Esses pacotes, conhecidos como combos de benefícios, apresentam um funcionamento semelhante às cestas de tarifas de serviços bancários, com valores descontados mensalmente da conta corrente dos clientes. Embora ofereçam vantagens, como a economia ao aderir a um combo em vez de pagar por serviços individuais, esses pacotes também têm gerado reclamações em plataformas de defesa do consumidor devido a cobranças não autorizadas.
Dados financeiros de grandes instituições revelam que, apesar de um crescimento de quase 30% no número de clientes, as cinco maiores instituições financeiras do Brasil enfrentaram uma perda de R$ 4,6 bilhões em receitas relacionadas a contas correntes desde a pandemia. O Itaú Unibanco, por exemplo, registrou uma diminuição nas receitas com tarifas, parcialmente compensadas por receitas provenientes de sua oferta de pacotes de benefícios para correntistas, o Combinaqui.
No que diz respeito a valores, o Combinaqui cobra entre R$ 16 e R$ 47 mensais, dependendo dos serviços escolhidos, que podem incluir acesso a streaming de música, assistência para saúde e seguros. O Banco do Brasil oferece pacotes que vão de R$ 29,90 a R$ 99, incluindo serviços como telemedicina e descontos em farmácias, gerando uma receita notável de R$ 990 milhões apenas no primeiro trimestre deste ano.
Outro exemplo é o Combo Santander+, que apresenta opções com preços entre R$ 29,90 e R$ 69,90 por mês, com serviços que abrangem desde assistência para animais de estimação até acesso a plataformas de streaming. A Caixa Econômica Federal também tem seu Clube Caixa, com taxas que vão de R$ 29,90 a R$ 79,90, oferecendo pacotes personalizados que incluem ingressos de cinema e cursos online.
Analistas apontam que a adoção de pacotes de serviços não bancários é uma estratégia dos bancos, não apenas para aumentar a fidelização do cliente, mas também para recuperar parte da receita perdida com o Pix e o avanço da digitalização dos serviços financeiros. Isso ocorre em um cenário onde o Pix, muito adotado desde o seu lançamento em 2020, contribuiu significativamente para a redução das receitas tradicionais bancárias.
Cuidado com as contratações
A diretora de assuntos jurídicos do Procon-SP, Patrícia Dias, destaca a importância de os consumidores analisarem cuidadosamente as contratações dos pacotes, avaliar a real necessidade dos serviços incluídos e monitorar suas contas bancárias regularmente em busca de cobranças indevidas, as quais devem ser contestadas.
Portanto, enquanto os bancos continuam a inovar com suas ofertas, os clientes devem permanecer atentos e informados para garantir que essas opções sejam, de fato, vantajosas.
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