Bolívia inicia exportação de gás argentino para o Brasil via gasoduto

A YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos) anunciou, nesta terça-feira (2), o início do transporte de gás natural argentino para o Brasil, através da rede de gasodutos que percorre o território boliviano.

Conforme informado no comunicado da empresa, a operação prevê o trânsito de até 4,5 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Este trabalho está sendo realizado em parceria com a multinacional TotalEnergies, que é responsável pela comercialização do gás, e com o Grupo brasileiro Matrix Energia, que atua como receptor do combustível. O contrato foi firmado em novembro de 2023 e visa facilitar a exportação do gás natural argentino para o mercado brasileiro.

Óscar Claros, gestor de contratos de exportação da YPFB, ressaltou que o início desta operação é o resultado de um trabalho intensivo para desenvolver uma nova linha de negócios focada no transporte de hidrocarbonetos.

A YPFB passou a atuar como agregadora e transportadora internacional de gás após um decreto de agosto do ano passado, que permitiu à estatal operar no Sistema Integrado de Transporte boliviano. Essa infraestrutura conta com cerca de mil quilômetros de gasodutos e sistemas de compressão que conectam os centros de produção de gás na Argentina com os principais mercados consumidores no Brasil.

Para a estatal, essa nova rota de exportação representa um marco significativo e fortalece a integração energética entre Argentina, Bolívia e Brasil.

A Bolívia, que historicamente teve a exportação de gás natural como pilar de sua economia, viu sua produção e contratos internacionais diminuírem nos últimos anos. Em 2017, o país possuía reservas comprovadas de 10,7 trilhões de pés cúbicos de gás natural. Em 2023, este número caiu para 4,5 trilhões, afetando diretamente a receita do país.

Frente a esse cenário, o governo boliviano lançou em 2021 um plano com 42 projetos de exploração em diversas regiões para aumentar a produção de hidrocarbonetos e reduzir a dependência de importação de combustíveis líquidos, que atualmente são subsidiados pelo Estado.

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