Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, avaliou que as pessoas “perderam o medo” de assinarem a carteira de trabalho, uma vez que a regra do programa mudou
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, FamÃlia e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, afirmou nesta quarta-feira (13) que cerca de 9 milhões de beneficiários do programa Bolsa FamÃlia formalizaram sua situação no mercado de trabalho e regularizaram seus negócios ao longo do ano de 2023.
âAno passado, graças a Deus, 9 milhões de pessoas assinaram carteira de trabalho, regularizaram seus negóciosâ, informou durante o programa âBom Dia, Ministroâ, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
O ministro do MDS disse que as pessoas “perderam o medo” de se inscreverem no Cadastro Ãnico (CadÃnico) e, assim, acessarem os benefÃcios sociais do governo federal. Criado como um banco de dados governamental, o CadÃnico facilita o acesso a programas sociais.
Para ele, esse “medo” existiu durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), quando o programa foi chamado de AuxÃlio Brasil. Sob a configuração anterior, perdia direito ao programa quem tivesse carteira assinada, o que foi mudado no novo desenho do Bolsa FamÃlia no primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
âHavia um medo muito grande de assinar a carteira de trabalho, de regularizar um negócio e de se perder o AuxÃlio Brasil. Quando veio o Bolsa FamÃlia, nós fizemos uma alteração potente nesse sentido porque quem sai da rede da proteção social, só sai para cima. Ela não deixa mais de ser desprotegidaâ, declarou.
Critério de renda per capita
Atualmente, segundo ele, o que é observado e medido para a entrada e permanência no programa social é a renda: âUma famÃlia, por exemplo, que tem sete pessoas. Eu divido o salário mÃnimo que ela passou a ganhar por sete pessoas, isso dá menos de R$ 218. Então, ela recebe o Bolsa FamÃlia e recebe o salário mÃnimo”.
“Se outra pessoa famÃlia arranja um outro emprego e a renda mÃnima vai para 400 per capita (por pessoa), está acima dos R$ 218, mas está abaixo de R$ 706, que é meio salário-mÃnimo. Ela não sai do Bolsa FamÃlia. Ela recebe os dois salários [da carteira assinada] e metade do salário-mÃnimo. à o que chamamos de Regra de Proteçãoâ, completou Wellington Dias.
Em vigor desde junho de 2023, essa regra permite que famÃlias cujos membros consigam emprego e melhorem a renda recebam 50% do benefÃcio a que teriam direito por até dois anos, contanto que cada membro receba até meio salário mÃnimo. Nesses casos, o benefÃcio médio concedido foi de R$ 372,39.
Fraude no CadÃnico e no Bolsa FamÃlia
Durante 2023, o governo federal fez uma revisão do Cadastro Ãnico (CadÃnico) e tirou 1,7 milhão de famÃlias formadas por uma única pessoa do rol de beneficiários do Bolsa FamÃlia. Isso ocorreu porque durante a vigência do AuxÃlio Brasil havia regras mais flexÃveis para atender beneficiários, o que segundo o ministro levou a uma série de fraudes no cadastro.
Em janeiro deste ano, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social calculou que cerca de 100 mil CPFs (Cadastro de Pessoa FÃsica) de beneficiários do Bolsa FamÃlia possuem irregularidades que levam ao bloqueio no pagamento. A pasta já sinalizou que, até agora, houve atualização de 90% dos cadastros de beneficiários.
Uma pesquisa do Insper, divulgada na semana passada, identificou uma distorção no CadÃnico e apontou que há 6,6 milhões de famÃlias fora da linha da pobreza. O estudo foi encomendado pelo ministério comandado por Wellington Dias e pode ajudar o Executivo a investigar discrepâncias regionais e possÃveis fraudes no cadastro.
Cobrado pelo presidente Lula para que o governo federal fiscalize na ponta que está sendo realmente atendido, o ministro Wellington Dias afirmou, durante a entrevista, que o CadÃnico está sendo atualizado e que o governo está fazendo busca ativa e de fiscalização dos cadastrados. No entanto, ele não respondeu quais cidades brasileiras registraram maiores indÃcios de fraudes no banco de dados.
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