No terceiro e último dia do 11º Fórum Parlamentar do Brics, nesta quinta-feira (5), representantes de parlamentos dos países-membros defenderam o desenvolvimento de uma inteligência artificial que seja ética, inclusiva e pautada por princípios de responsabilidade e transparência.
A sessão de trabalho, intitulada “Cooperação Interparlamentar para uma Inteligência Artificial Responsável e Inclusiva”, contou com a abertura do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e a participação do senador Humberto Costa (PT-PE) e do deputado Fausto Pinato.
ALINHAMENTO REGULATÓRIO
Hugo Motta ressaltou que os parlamentos do Brics têm um papel fundamental na formulação de diretrizes comuns, garantindo que os avanços tecnológicos não aumentem as desigualdades ou violem direitos. Ele alertou que a falta de protagonismo na regulação pode deixar países numa posição de consumidores passivos de tecnologias criadas sob regras impostas por outros.
— É necessário que tenhamos uma governança tecnológica plural e cooperativa, que respeite a privacidade e a soberania dos dados, assim como os direitos autorais — enfatizou.
A busca por um alinhamento regulatório foi reforçada por diversos participantes como essencial para um avanço equilibrado da inteligência artificial entre os países do Brics. Mustafá Taheri, da Assembleia Consultiva Islâmica do Irã, destacou a necessidade de harmonização legislativa para facilitar a troca de dados e minimizar desigualdades.
DESENVOLVIMENTO RESPONSÁVEL E INCLUSÃO DIGITAL
Representantes de outros países, como Egito, China, Emirados Árabes Unidos e Índia, enfatizaram o papel dual da inteligência artificial: como motor de desenvolvimento e, ao mesmo tempo, uma fonte de riscos quando utilizada sem critérios éticos. Mohamed El Sallab, do Egypt, apontou que a inteligência artificial deve ser desenvolvida de maneira responsável, respeitando a privacidade e a segurança.
TRANSPARÊNCIA E CONTROLE PÚBLICO
A necessidade de transparência nas aplicações de inteligência artificial também foi sublinhada como uma prioridade. Ian Pedro Carbonell Karell, da Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba, defendeu que os modelos utilizados em serviços e plataformas digitais sejam públicos e auditáveis.
— A inteligência artificial é um novo território político e ético que necessita de governança responsável. Precisamos garantir uma concorrência leal e reduzir as assimetrias — destacou.
Ao finalizar a sessão, Om Birla, presidente da Câmara Baixa da Índia, lembrou que a atividade parlamentar pode ser beneficiada pela inteligência artificial, tornando-se mais eficiente e centrada no cidadão.
— Estou confiante de que o Brics pode liderar essa transformação global com responsabilidade e colaboração — concluiu.
Confira a matéria completa em: maisvip.com.br