Câmara debate futuro da linha férrea Tronco Sul em Lages, SC

A Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados se reunirá nesta terça-feira, dia 1º, para discutir o futuro da linha férrea Tronco Sul, localizada em Lages, Santa Catarina. O debate, solicitado pela deputada Daniela Reinehr (PL-SC), começará às 10 horas, no plenário 15.

Produção e Logística
A deputada observa que Santa Catarina é um dos estados mais produtivos do Brasil, contribuindo com mais de 5% do PIB industrial e possuindo um dos mais altos índices de exportação per capita. Entretanto, o estado enfrenta sérios desafios logísticos, com mais de 70% do transporte de carga sendo realizado por rodovias, que são mais onerosas, poluentes e estão sobrecarregadas.

Desativação da Linha Tronco Sul
A linha férrea Tronco Sul é crucial para a conexão entre o interior e o litoral, além de integrar-se à malha ferroviária do Rio Grande do Sul. Recentemente, a Rumo Logística, responsável pela concessão do trecho, anunciou a desativação das suas operações em Lages, encerrando o transporte ferroviário de cargas na região e forçando a utilização de caminhões.

“A decisão unilateral de uma concessionária não pode sobrepor-se aos interesses estratégicos do país e ao direito ao desenvolvimento das regiões do interior”, critica Daniela.

Danos e Recuperações
A empresa Rumo Logística afirmou que as chuvas em maio de 2024 causaram danos significativos à infraestrutura ferroviária, tornando a recuperação economicamente inviável. A empresa continuará a realizar manutenções no trecho, que permanece tecnicamente operacional, e os funcionários da linha serão realocados.

“Ainda assim, essa decisão gera grande preocupação para a economia regional e para o futuro da logística sustentável na região serrana catarinense”, completa a parlamentar.

Pontos para Debate
A deputada Daniela Reinehr espera que os convidados discutam:

• A viabilidade técnica, econômica e ambiental da reativação da linha Tronco Sul;
• Os impactos da decisão da concessionária e alternativas para reverter a desativação;
• Alternativas de financiamento e parcerias público-privadas;
• A articulação entre os governos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul;
• O papel do governo federal, da Agência Nacional de Transportes Terrestres e do Ministério dos Transportes no planejamento e execução das obras ferroviárias.