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Carreta envolvida em acidente com 39 mortes estava sobrecarregada: 'Pedra de granito entra como tanque de guerra no ônibus', diz delegado

Carreta envolvida em acidente com 39 mortes estava sobrecarregada: 'Pedra de granito entra como tanque de guerra no ônibus', diz delegado

Acidente foi registrado no dia 21 de dezembro, na BR-116, em Teófilo Otoni. Motorista da carreta foi preso nesta terça-feira (21). Ônibus pegou fogo após colidir contra carreta
Corpo de Bombeiros MG/Divulgação
O motorista da carreta envolvida no acidente que matou 39 pessoas na BR-116, em Teófilo Otoni (MG), em dezembro passado, usou cocaína, ecstasy e outras drogas. A conclusão é de um exame toxicológico realizado no suspeito no dia 23 de dezembro, dois dias depois da batida.
A carreta envolvida no acidente que causou 39 mortes na BR-116, em Teófilo Otoni, transportava uma carga com peso superior aos limites permitidos. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), o caminhoneiro Arilton Bastos Alves, preso nesta terça-feira (22), admitiu não ter o costume de verificar o material carregado.
No momento do acidente, ocorrido na madrugada de 21 de dezembro de 2024, a carreta levava dois blocos de quartzito, com peso total superior a 68 toneladas. Considerando o peso do próprio veículo e dos dois semirreboques, eram 91,2 toneladas, quase o dobro do permitido pela legislação de trânsito.
A hipótese sustentada pelas investigações é que uma das pedras tenha se desprendido do reboque e batido no ônibus de turismo, com 45 pessoas. Apenas seis sobreviveram.
“Essa pedra de granito entra como um tanque de guerra nesse ônibus, causando essa explosão e esse evento trágico na BR-116”, afirmou o delegado regional de Teófilo Otoni, Amaury Tomaz de Albuquerque, em coletiva realizada nesta quarta-feira (22).
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As investigações também apontaram que a carreta estava transitando com excesso de velocidade – no momento do acidente, o veículo estava a 90 km/h, enquanto o limite da via são 80 km/h.
Exames identificaram ainda que o motorista estava sob efeito de substâncias ilícitas, como cocaína, álcool e ecstasy (leia mais abaixo).
“Analisando o quadro probatório de forma objetiva, a gente não tem dúvida que ali extrapolou a culpa e partiu, sim, para aceitar um resultado, tomar uma atitude consciente que levou à morte daquelas pessoas. […] O conjunto de provas demonstra que ele teve desprezo pela vida alheia, e o resultado foi muito trágico, um dos piores das nossas rodovias”, disse o delegado.
Álcool e drogas
A Polícia Civil informou, nesta quarta-feira, que os exames toxicológicos realizados no condutor da carreta confirmaram que ele estava sob efeito de substâncias ilícitas no momento da ocorrência.
O material biológico de Arilton Bastos Alves foi coletado no dia 23 de dezembro, dois dias depois do acidente, quando o caminhoneiro se apresentou à polícia. Após a batida, ele tinha fugido do local.
“Foram identificadas substâncias lícitas e ilícitas na urina do condutor, e essas substâncias foram inclusive quantificadas, o que permitiu indicar de forma técnica e precisa que, no momento dos fatos, o condutor possuía em seu corpo tais substâncias”, afirmou o superintendente de Polícia Técnico-Científica da PCMG, Thales Bittencourt.
Os exames toxicológicos indicaram que o condutor havia feito uso de cocaína, ecstasy e álcool.
“É importante dizer que o motorista profissional não pode usar determinadas substâncias. Então, a qualquer tempo, nenhum motorista profissional pode fazer uso de substâncias semelhantes àquelas que foram identificadas no material biológico voluntariamente ofertado pelo condutor. […] São substâncias vedadas para uso do motorista profissional”, completou Bittencourt.
Entenda
O acidente ocorreu na madrugada de 21 de dezembro, na BR-116, em Teófilo Otoni. A colisão envolveu a carreta carregada de pedras, o ônibus de turismo e um carro.
No dia 23 de dezembro, quando se apresentou à polícia, o caminhoneiro Arilton Bastos Alves foi liberado após ser ouvido. Na época, a Justiça negou o pedido de prisão feito pela Polícia Civil.
No entanto, nesta semana, o juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Teófilo Otoni, decidiu revisar essa decisão e decretar a prisão do motorista.
Além do uso de drogas, o magistrado considerou o fato de Alves ter deixado o local do acidente, o sobrepeso da carga da carreta e o excesso de velocidade do veículo.
De acordo com a decisão judicial, “há indícios de que o investigado tinha por costume conduzir veículo automotor sob efeito de bebidas alcoólicas”.
Em julho de 2022, ele foi abordado por policiais com sintoma de embriaguez na condução de um carro e acabou sendo penalizado com a suspensão do direito de dirigir.
“Ao ver do Juízo, diante destas informações, não há o que se falar em simples descuido ou inobservância de um dever de cuidado objetivo, mas em deliberada assunção de risco, mormente quando embalado pelo uso de drogas diversas”, diz um trecho da decisão, assinada na segunda-feira (20).
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O que diz a defesa do caminhoneiro
Em nota, a defesa de Arilton Bastos Alves se disse surpresa com o decreto de prisão preventiva.
“Ressaltamos que o caso ainda está em fase de investigação, não fomos cientificados dos fundamentos da prisão e que todas as providências jurídicas cabíveis serão tomadas para assegurar o devido processo legal, direito de defesa e a restauração da liberdade”, registrou.
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