Dado é da 2ª edição da pesquisa ‘Varejo com Causa’, lançada hoje na B3, que avalia o impacto das varejistas na filantropia do país
É muito comum você fazer uma compra e, ao passar no caixa, ser perguntado se quer doar aqueles R$ 0,15 para um hospital ou uma casa de acolhimento de crianças. Pois essa simples ação ativa de operadores está impulsionando a filantropia nacional. A conclusão é da 2ª edição da pesquisa ‘Varejo com Causa’, realizada pela MOL Impacto, que será lançada nesta quarta-feira (28/2) na B3, a bolsa brasileira. O evento vai reunir lideranças de ESG (governança ambiental, social e corporativa) e executivos de outras áreas ligadas ao impacto social.
O levantamento traz 12 descobertas sobre a atuação das marcas no incentivo à doação com mecanismos como arredondamento de troco, venda de produtos sociais e campanhas de marketing de causa. Uma delas é que a causa dos animais abandonados recebe mais doações (57%) que a de proteção à infância e à adolescência (33%).
De acordo com a pesquisa, 69% dos consumidores se sentem apreensivos com causas como violência, saúde, desigualdade social, manejo de resíduos, fome e educação. Mas este número é 17% maior, chegando a 86%, quando se trata de doadores do varejo.
Os doadores também costumam ser mais generosos. Nos últimos 12 meses, eles doaram em média R$ 197,90, 44% a mais que os entrevistados que fizeram suas contribuições fora das lojas.
O operador de caixa tem um papel fundamental para a concretização dessas doações. Dos clientes que fizeram doações, 66% ficaram sabendo sobre a possibilidade por meio do operador do caixa e 15% dos não-doadores disseram que não contribuíram pela falta de abordagem do atendente.
Em comparação à pesquisa de 2021, o levantamento também mostrou que mais pessoas estão adquirindo produtos sociais no caixa (de 45% para 53%) e autorizando o arredondamento de troco (de 49% para 56%). Veja outras formas de doação:
- 44% de doação de nota fiscal (dispensam a inclusão do CPF para uma organização utilizar os créditos)
- 42% de doação direta, por meio de cofrinhos nas lojas
- 51% de participação em campanhas em que parte do valor ou lucro é destinada a uma causa
- 27% de participação em pesquisas que geram doação
Segundo a pesquisa, a maioria das doações continua sendo feita em supermercados e farmácias, mas cresceu o número de consumidores que doaram em outros segmentos, como lojas de roupa, calçados e artigos esportivos (+ 14 pontos percentuais – pp), lojas de departamento e produtos para casa (+ 13 pp) e restaurantes (+ 9 pp).
Clientes buscam marcas com propósito
Outro dado importante é que os consumidores estão em busca de marcas comprometidas
com um propósito maior do que o lucro, mas apenas 48% do varejo afirma que a empresa oferece mecanismos de doação para causas sociais e ambientais. Os que oferecem se dividem nos seguintes segmentos:
- 66% drogarias e perfumarias
- 58% eletromóveis
- 54% lojas de departamento
- 46% supermercados
Sobre os mecanismos de doação oferecidos:
- 29% afirmam trabalhar com marketing de causa (quando a marca faz campanhas para doar parte do lucro a uma causa)
- 27% com doação de bens materiais no ponto de coleta
- 26% com produto social
- 25% com pedido de doação sem valor específico
- 24% com arredondamento de troco, entre outras formas
Entre as abordagens, a pesquisa mostrou que sete a cada dez consumidores têm uma visão positiva da abordagem feita no caixa:
- 80% dos dólares acreditam que promover a doação melhora a imagem da loja
- 85% comprariam novamente no estabelecimento se soubessem que o local possibilita a realização de doações
E até entre os consumidores que não se engajam nas causas sociais, o retorno é positivo: 50% dos não-doadores afirmam que voltariam a comprar na loja se soubessem que o lugar oferece a possibilidade de doação.
A transparência é outro aspecto importante. Cerca de 57% das pessoas que contribuíram com alguma causa no varejo sabem como o dinheiro doado foi utilizado e, desses consumidores, 97% dizem que se sentem estimulados a doar novamente.
A pesquisa foi executada pela MindMiners com o patrocínio da B3 Social e da PwC Brasil e o apoio da Cause. Ao todo, foram 900 entrevistas com consumidores e profissionais que trabalham no varejo.
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