As condições climáticas e as mudanças no uso da terra têm impactado significativamente a produção de alimentos no Brasil, resultando em um aumento nos preços. A constatação é parte da análise da Carta do Ibre, publicada pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV.
O economista Luiz Guilherme Schymura, responsável pelo texto, relata que a inflação dos alimentos superou a inflação oficial do país, conforme medido pelo IPCA. Os dados mostram que a inflação do grupo alimentos e bebidas aumentou 7,25% nos últimos 12 meses, enquanto a inflação geral foi de 4,56%.
A produção agrícola global desacelerou de 2,6% ao ano, nas décadas de 1990 e 2000, para apenas 1,9% nos anos 2010.
A Carta do Ibre destaca que mudanças climáticas, como eventos extremos e variações climáticas, têm provocado distúrbios na oferta de commodities e produtos alimentícios, afetando diretamente o Brasil.
Além dos fatores climáticos, a desvalorização do real também contribui para o aumento dos preços dos alimentos, tornando a exportação mais lucrativa.
O estudo indica que o Brasil não está produzindo alimentos suficientes para atender a sua demanda interna e externa, com culturas de exportação como soja e milho ocupando áreas que antes eram destinadas a alimentos.
Com as políticas de incentivo, como aumentos reais do salário mínimo e o Bolsa Família, a população tem maior poder de compra, intensificando a pressão sobre a produção de alimentos.
Por fim, a Carta do Ibre propõe um foco nas culturas que alimentam diretamente a população, além de recomendar medidas para monitorar a produção e recompor estoques públicos.
Confira a matéria completa em: maisvip.com.br