São Paulo, SP (FOLHAPRESS) – O apresentador Celso Portiolli ingressou com uma ação judicial contra o Facebook após sua imagem ser utilizada de forma indevida em anúncios fraudulentos sobre doações. O processo foi protocolado no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) em 26 de fevereiro de 2023, alegando que sua voz e imagem estão sendo exploradas por perfis para aplicar golpes na plataforma.
De acordo com a ação, obtida pela Folha de S.Paulo, os anúncios fraudulentos começaram a ser divulgados em fevereiro de 2025. Um deles, publicado por uma página chamada “Espalhando o Bem”, apresenta um vídeo editado com a voz de Portiolli, manipulada por inteligência artificial, solicitando doações para um tratamento de uma criança fictícia chamada Gabriel, supostamente diagnosticada com leucemia.
O apresentador é ouvido na gravação dizendo: “Oi, pessoal, tudo bem? Hoje eu preciso compartilhar uma história que me tocou profundamente. É sobre o Gabriel, um garotinho de apenas 4 anos… Se puder, ajude. O que você puder doar, seja R$ 10 ou R$ 1.000, pode ser essencial para essa família.” Nos comentários dessa publicação, fãs demonstram acreditar na veracidade do vídeo e expressam a intenção de ajudar financeiramente.
A defesa de Portiolli afirma que tentou contato com o Facebook para a remoção do conteúdo, mas que a empresa não tomou nenhuma providência. “A plataforma sequer suspendeu a atividade fraudulenta”, diz a defesa, contestando também a alegação da empresa de que realiza um monitoramento prévio dos anúncios, prática que, segundo o comunicador, não foi aplicada neste caso.
Em resposta à ação, o Facebook revelou, no final de março, que o perfil responsável pelos anúncios já havia sido removido e afirmou que novos pedidos de remoção necessitam que o Judiciário indique os links exatos dos conteúdos. A empresa destacou que possui sistemas automatizados para identificar e barrar conteúdos suspeitos, assim como ferramentas para que os usuários denunciem publicações fraudulentas.
Atualmente, a ação aguarda resposta de Portiolli, que tem até o dia 17 de abril para se manifestar. Ele solicita acesso aos dados dos responsáveis pela propaganda, o pagamento de honorários advocatícios e uma indenização no valor de R$ 20 mil. O caso está sendo analisado pela juíza Thaís da Silva Porto.
Até a última atualização desta matéria, o Facebook não havia retornado ao contato feito pela Folha de S.Paulo.
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