BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A China já interrompeu a compra de carne bovina de mais da metade dos fornecedores dos EUA, em resposta à guerra tarifária imposta pelo governo americano. O Ministério da Agricultura brasileiro vê a situação como uma oportunidade para aumentar suas vendas para o país asiático. O presidente Lula está programado para visitar a China em maio e se reunir com o líder Xi Jinping.
Informações oficiais mostram que, dentre as 654 empresas americanas habilitadas para exportar carne bovina para a China, 392 tiveram suas operações suspensas, representando cerca de 60%. O número de fornecedores de carne de aves e suínos afetados também vem crescendo, com a não renovação de habilitações de nove empresas nas últimas semanas, entre elas American Proteins e Mountaire Farms of Delaware.
A Administração-Geral de Aduanas da China justifica as suspensões como medidas para evitar riscos à segurança alimentar, em conformidade com regulamentos nacionais e padrões internacionais.
Até o próximo dia 18 de junho, 68 fornecedores terão habilitações prestes a vencer, dentre os quais 10 são de carne bovina. Atualmente, a maioria das suspensões afeta o setor de carne bovina, com apenas 10 entre 590 exportadores de carne suína e três entre 594 fornecedores de carne de aves tendo operações suspensas.
O cenário é impactado pelas altas tarifas implementadas pelo governo de Donald Trump, que acabou por gerar uma resposta de Pequim, elevando tarifas de 104% para 125% nos produtos americanos.
Enquanto isso, a Embaixada do Brasil na China comunicou que, apesar das suspensões estarem ligadas a rigorosos controles de segurança alimentar, a situação não é desvinculada da guerra comercial sino-americana.
Roberto Perosa, representante do agronegócio brasileiro, relatou que as conversas com autoridades chinesas foram produtivas, afirmando que o Brasil continua sendo visto como um parceiro estratégico.
A China é o maior comprador de carne bovina brasileira, com exportações que, em 2024, devem superar 1 milhão de toneladas, marcando um crescimento de 12,7% em relação a 2023, totalizando US$ 6 bilhões em transações. Entre janeiro e março deste ano, o Brasil exportou US$ 1,36 bilhão em carne bovina para a China, um aumento de 11,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
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