A ministra da Saúde, NÃsia Trindade, avaliou que o Brasil registra âuma viradaâ no cenário de coberturas vacinais
Em 2022, das 2.922.000 crianças nascidas vivas no Brasil, 243.008 estavam sem a primeira dose da vacina que protege contra a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. No ano passado, de 2.423.597 crianças nascidas vivas, 152.521 crianças estavam sem a dose â uma redução de mais de 90 mil no total de crianças sem a imunização. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (23) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em BrasÃlia.
A chefe de Saúde do Unicef Brasil, Luciana Phebo, lembrou que o paÃs vivencia quedas nas coberturas vacinais dos principais imunizantes do calendário infantil desde 2015 e que o cenário se agravou em meio à pandemia de covid-19. âApós anos de piora, o Brasil começou a retomar a vacinaçãoâ, disse, durante coletiva de imprensa. âMais de 90 mil crianças. Essa é a diferença. Uma diferença expressivaâ, completou.
A ministra da Saúde, NÃsia Trindade, avaliou que o Brasil registra âuma viradaâ no cenário de coberturas vacinais. âEstamos vivendo uma virada. Uma virada na direção de alcançarmos coberturas vacinais necessárias para a proteção de nossas crianças, de nossa sociedade, de nossos adolescentesâ, disse, ao citar especificamente a vacinação contra o HPV que, este ano, passou a ser feita em dose única para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos.
NÃsia destacou que 13 das 16 principais doses infantis que constam no Programa Nacional de Imunizações (PNI) apresentaram melhoras na cobertura vacinal em 2023 quando comparadas ao ano anterior. Entre os imunizantes citados pela ministra estão: pólio, pentavalente, rotavÃrus, hepatite A, febre amarela, meningocócica C (1ª dose e reforço), pneumocócica 10 (1ª dose e reforço), trÃplice viral (1ª e 2ª doses) e reforço da trÃplice bacteriana.
âFoi uma virada com muita luta. Devemos sim celebrar, mas também apontar os caminhos que temos pela frenteâ, avaliou NÃsia. âEsse aumento geral da cobertura coloca muito bem esse avanço que, como eu disse, celebramos, mas com a consciência de que temos muito a avançarâ, completou.
Américas
Em meio à Semana Mundial de Imunização e à Semana de Vacinação nas Américas, celebradas de 24 a 30 de abril, a representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross, destacou a importância do esquema vacinal contra a pólio. âA criança não ter esse direito é algo muito significativoâ, disse. No Brasil, a partir deste ano, a vacina oral contra a pólio está sendo gradativamente substituÃda pela versão inativada e injetável do imunizante.
A forma injetável é aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida, conforme o Calendário Nacional de Vacinação. Após o perÃodo de transição, que começou no primeiro semestre de 2024, crianças que completarem as três primeiras doses da vacina irão tomar apenas um reforço com a injetável aos 15 meses.
A dose de reforço, até então administrada aos 4 anos, não será mais necessária. A atualização considerou critérios epidemiológicos, evidências relacionadas à vacina e recomendações internacionais sobre o tema.
Para Socorro, três intervenções em saúde pública são consideradas essenciais pela Opas para garantir qualidade de vida a todas as crianças: acesso à água potável, aleitamento materno e vacinação. âA região das Américas sofreu muito ao longo dos últimos anos. Perdemos muito nas coberturas de vacinação.â
(Agência Brasil)
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