Presidente Gustavo Petro considerou ato com violação da trégua acordada com os rebeldes
O governo da Colômbia decretou neste domingo (17) a suspensão da trégua pactuada com a maior facção dissidente do acordo de paz com as Farc, depois que os rebeldes realizaram um ataque a um grupo de indÃgenas que deixou uma mulher morta e um ferido.
“Devido ao não cumprimento do cessar-fogo por parte das estruturas do Estado Maior Central das FARC-EP nos departamentos de Nariño, Cauca e Valle del Cauca, será ordenada sua suspensão e o reinÃcio das ações ofensivas contra as mesmas pela Força Pública”, diz um decreto do Ministério da Defesa.
Grupos dissidentes das Farc abriram fogo contra um grupo de indÃgenas no sudoeste do paÃs. O ato foi classificado pelo presidente Gustavo Petro como uma violação da trégua acordada com os rebeldes.
A agressão ocorreu no sábado, depois que “pessoas armadas” de uma frente guerrilheira conhecida como Dagoberto Ramos “raptaram um menor de idade” em uma área rural do municÃpio de ToribÃo, no departamento de Cauca.
“A comunidade se mobilizou para resgatar o membro da comunidade, conseguindo libertá-lo e imobilizar o veÃculo onde estava ocorrendo o sequestro (…) A resposta desses criminosos foi disparar indiscriminadamente contra a comunidade”, denunciou a autoridade indÃgena do municÃpio em um comunicado.
Os tiros feriram os indÃgenas Carmelina Yule e Rodrigo Ul Músicue, de acordo com a denúncia da Autoridade Ancestral de Tacueyó.
Petro, que negocia desde outubro do ano passado com o Estado Maior Central (EMC), a principal facção de rebeldes que não aderiu ao acordo de paz que desmobilizou as Farc em 2016, acusou essa guerrilha de “violar o cessar-fogo”.
Delegados de seu governo e do EMC haviam concordado com uma trégua no inÃcio de 2023. A organização agrupa cerca de 3.500 combatentes e controla rotas de tráfico de drogas nas fronteiras com o Equador e a Venezuela, segundo inteligência militar.
Petro afirmou que os indÃgenas atacados estiveram em um evento público de seu governo em Cali (sudoeste) na sexta-feira.
Os indÃgenas pediram à Corte Penal Internacional que investigue o EMC e condenaram “a decomposição (…) deste grupo armado que se autodenomina revolucionário”.
A representante na Colômbia do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Juliette de Rivero, também condenou o ataque através das redes sociais. (AFP)
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