BRASÍLIA – Após trocas no Ministério da Saúde e na articulação política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá promover novas mudanças em sua equipe, mas ainda trata o tema com cautela. Ele considera a reforma ministerial um passo importante para acomodar aliados estratégicos e encaminhar alianças visando as eleições de 2026.
Em seu lugar, um dos cotados é o também petista Paulo Pimenta, que espera ser realocado após deixar a Secretaria de Comunicação (Secom), em janeiro. A manutenção do PT no comando da Secretaria-Geral é tida como provável porque a pasta lida diretamente com movimentos sociais, que mantêm relação estreita com o partido.
Outro nome ventilado para a pasta é o do deputado federal Guilherme Boulos (Psol), outro aliado próximo de Lula. No entanto, alguns fatores complicam uma possível entrada do parlamentar. O principal deles é uma regra do Psol que proíbe filiados de ingressarem no governo, com exceção da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. Além disso, uma ala do partido defende uma maior independência em relação ao Planalto, postura que, segundo esses quadros, ficaria comprometida caso Boulos se tornasse ministro.
Outro objetivo de Lula com a reforma ministerial é resolver o impasse entre dois dos principais partidos de centro do Congresso Nacional: o PSD, presidido por Gilberto Kassab, e o União Brasil, do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP).
No centro da disputa, está o Ministério do Turismo, hoje comandado por Celso Sabino (União). A pasta é cobiçada pelo PSD, que acredita ter menos espaço do que deveria dentro do governo. Hoje, a legenda detém apenas o Ministério da Pesca, chefiado pelo ministro André de Paula. No entanto, dirigentes do União Brasil já indicaram que não querem abrir mão dos três Ministérios que o partido já comanda.
Nessa engenharia, podem ser envolvidas outras duas pastas: a de Ciência e Tecnologia, da ministra Luciana Santos (PCdoB); e a das Mulheres, sob a chefia de Cida Gonçalves. É dado como certo na Esplanada que Cida não deve permanecer no cargo, o que poderia resultar em uma realocação de Luciana. Lula faz questão de manter o PCdoB no governo, por ser um partido historicamente fiel a ele – mesmo tendo uma bancada pouco representativa no Congresso.
O futuro de Pacheco
Os próximos dias também serão de definições para o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que tem boa relação com Lula. O presidente quer que ele seja candidato a governador de Minas Gerais em 2026 e, para dar mais visibilidade ao político mineiro, quer abrigá-lo em um ministério.
Porém, também há obstáculos a serem superados. A primeira opção seria dar a Pacheco a pasta do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), hoje sob o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Mas teria de lidar uma insatisfação do PSB, partido que apoia Lula desde as eleições de 2006 e que já perdeu espaço no governo com a saída de Flávio Dino da Justiça e Segurança Pública e o “rebaixamento” de Márcio França do Ministério dos Portos e Aeroportos para o do Empreendedorismo.
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