BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu nesta quinta-feira (20) que o governo Luiz Inácio Lula da Silva pode ter cometido erros na condução da economia.
Em participação no programa “Bom dia, Ministro”, da EBC, Haddad foi questionado sobre a desaceleração do crescimento do PIB prevista para os dois próximos anos, após uma alta acima do previsto em 2023 e 2024. Segundo ele, o cenário externo está menos favorável do que no início do governo, mas disse não “afastar” a responsabilidade de “ninguém”.
“Temos que admitir que governos erram muitas vezes. Às vezes a coisa descalibra um pouquinho, se não for um erro grave você consegue corrigir rapidamente. Eu acredito realmente que o governo Lula pode ter cometido erros, mas não cometeu um erro a ponto de não haver tempo de correção”, afirmou.
Haddad, porém, defendeu a política fiscal do governo Lula, criticada pela oposição e por agentes do mercado financeiro, que cobram uma maior redução nos gastos públicos. Para o ministro, não há necessidade de o país fazer um “ajuste recessivo” nas contas.
“Ele [Brasil] consegue fazer um ajuste gradual que não coloque em perigo a expansão do emprego e da renda. […] Nós não podemos cair no erro dos anos anteriores a esse governo, em que imaginávamos que crescendo pouco, iríamos colocar ordem nas contas. Nós não vamos colocar, temos que achar um traçado para o nosso caso”, disse o ministro.
No mesmo programa, Haddad se mostrou otimista quanto à aprovação, no Congresso Nacional, do aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR). O projeto é prioridade para o Planalto no primeiro semestre.
“Estamos falando de justiça tributária. É a primeira vez que se faz isso no Brasil, mas é uma das coisas mais tranquilas e justas que eu poderia imaginar. Eu fico me perguntando por que não se fez antes. Até o Bolsonaro prometeu, e depois desconversou e não fez nada. Aliás, ele fez pior, ele não atualizou a tabela do IR. Ficou 7 anos sem atualizar”.
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