Segundo dados do Ministério da Saúde, a obesidade e o sobrepeso acometem a saúde de mais de 2 bilhões de pessoas em todo o planeta. O dia 4 de março é o Dia Mundial da Obesidade, uma data em que organizações e agentes focados em preveni-la e tratá-la, assim como combater seu estigma social, podem debater e compartilhar conhecimentos, buscando atuar de forma articulada e em sinergia nestas agendas. Em alusão ao Dia Mundial da Obesidade, a Fundação São Francisco Xavier reforça a importância de falar sobre a prevenção, os cuidados necessários e o tratamento da obesidade, uma doença crônica que leva as pessoas a viverem menos e sem qualidade de vida.
Segundo João Paulo Andrade, médico endocrinologista da Fundação São Francisco Xavier é necessário falar sobre essa doença crônica, trazer informações seguras, incentivar o tratamento adequado, baseado em evidências. “É importante que o portador de sobrepeso e obesidade saiba que existem estratégias e equipes para acompanhamento e tratamento correto. O tratamento deve ser realizado com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, tem como base uma alimentação saudável e atividade física, gerando balanço energético negativo: consumir menos energia do que se gasta. Como outras doenças crônicas, a obesidade não tem cura, mas tem controle”.
Pela definição da Organização Mundial da Saúde, a obesidade é o excesso de gordura corporal, em quantidade que determine prejuízos à saúde. Uma pessoa é considerada obesa quando seu Índice de Massa Corporal (IMC) é maior ou igual a 30 kg/m2 e a faixa de peso normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m2. Os indivíduos que possuem IMC entre 25 e 29,9 kg/m2 são diagnosticados com sobrepeso e já podem ter alguns prejuízos com o excesso de gordura.
Em 14 de janeiro de 2025, a revista The Lancet Diabetes & Endocrinology ressaltou a necessidade de novos parâmetros para individualizar o diagnóstico de obesidade, sendo importante avaliação de medidas corporais. O mais utilizado na prática clínica é a medida de cintura abdominal. Se esta medida for maior que 102 cm em homens e maior que 88 cm em mulheres, isso configura um excesso no acúmulo de gordura abdominal. Desta forma, mesmo que um paciente tenha seu IMC na faixa de sobrepeso ( 25 – 29,9 kg/m²), mas se a cintura abdominal acima do recomendado, este paciente recebe diagnóstico de obesidade.
O tratamento inclui alimentação saudável com diminuição da ingestão de calorias e aumento da atividade física, podendo-se associar o uso de medicamentos. Em casos mais graves e refratários, pode ser indicado o tratamento cirúrgico.
“É importante alertar que a obesidade é um dos principais fatores de risco para várias doenças não transmissíveis (DNTs), como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral e várias formas de câncer”, ressalta o médico.
A obesidade causa, ainda, danos psicológicos, acarretando diminuição da autoestima e depressão. “Relacionamentos sociais e romances são menos frequentes entre obesos, devido à diminuição da autoestima. Agora, uma vez existindo, a obesidade pode interferir no relacionamento sexual. Ela está relacionada à redução da testosterona, o que pode levar a redução de libido e a problemas de ereção nos homens. Já nas mulheres, existe uma redução dos níveis de hormônio feminino e aumento no nível dos masculinizantes. As mulheres podem apresentar aumento de pêlos, irregularidade menstrual e infertilidade. Mas as chances de todos esses problemas se resolverem, com uma perda de peso na ordem de 10%, são bem grandes. Fisicamente, pode ocorrer redução do condicionamento, risco de lesões, alterações articulares e dores, reforça Dr João Paulo.
Segundo informações publicadas do Ministério da Saúde, a prevenção geral da obesidade se baseia em manter hábitos de vida saudáveis. Isso inclui, alimentação saudável, prática regular de exercícios físicos e atividades de lazer que auxiliam na redução do estresse e perda de peso. “Ter uma alimentação saudável, baseada em alimentos in natura; praticar atividades físicas; controlar o consumo em excesso de sal e açúcar; ter um sono adequado, beber pelo menos dois litros de água por dia; evitar o consumo em excesso de bebidas alcoólicas são algumas dicas para a prevenção e controle da obesidade. Vale destacar, ainda, que é fundamental que a pessoa com obesidade monitore a pressão arterial regularmente, controle os níveis de colesterol e faça exames para prevenção de doenças cardiovasculares”, alerta o especialista.
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