BRASÍLIA — A licença pedida pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) à Câmara para se desligar do mandato por um período determinado começou a contar nesta quinta-feira. Segundo o Legislativo, Eduardo pediu duas licenças: a primeira de dois dias para cuidados médicos; a segunda, com duração de 120 dias, por “interesse particular”.
À noite, o deputado já aparecia como fora do exercício do mandato no site da Câmara dos Deputados. “Licenciou-se do mandato de deputado federal, na legislatura 2023–2027, em afastamento conjunto consecutivo, sendo dois dias para licença para tratamento de saúde e 120 dias para licença para tratar de interesse particular, a partir de 20 de março de 2025”, explicita a página.
Na última terça-feira (18), Eduardo Bolsonaro decidiu pedir licença do mandato para morar nos Estados Unidos. A decisão impediu que ele ocupasse a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, como planejado pela bancada do Partido Liberal, e também suscitou críticas dos governistas, que tacharam o deputado de “fujão”.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu publicamente à posição do filho, durante visita a uma exposição no Senado Federal. “Hoje está sendo um dia marcante para mim, dia do afastamento de um filho. Um filho que se afasta mais do que por um momento de patriotismo, se afasta para combater algo parecido com o nazifascismo que avança cada vez mais em nosso país”, declarou.
Afastamento
O afastamento do mandato, segundo declarou Eduardo, se justifica para intensificar as ações da oposição contra o Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado também declarou que abdicará do mandato para impedir o recolhimento do próprio passaporte — alvo de notícia-crime protocolada pela bancada do PT na Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Irei me licenciar sem remuneração para que eu possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos. Aqui, [nos EUA] poderei buscar as justas punições que Alexandre de Moraes e a sua Gestapo da Polícia Federal merecem”, afirmou Eduardo Bolsonaro.
Ele citou o pedido de deputados do PT para apreensão do passaporte dele, enviado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para manifestação da PGR.
“Se Alexandre de Moraes quer apreender o meu passaporte ou até mesmo me prender para que eu não possa mais denunciar os seus crimes nos Estados Unidos, então é justamente aqui que eu vou ficar”.
“Alexandre, a minha meta de vida será fazer você pagar por toda a sua crueldade com pessoas inocentes. Estarei focado integralmente nesse objetivo. Só retornarei [ao Brasil] quando você estiver devidamente punido pelos seus crimes, pelo seu abuso de autoridade”, frisou.
O deputado falou sobre seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo de denúncia da Procuradoria por tentativa de golpe de Estado que será julgada pela Primeira Turma do STF a partir da próxima terça-feira (25). “Não tenho dúvida que o plano dos nossos inimigos é encarcerá-lo para assassiná-lo na prisão ou deixá-lo lá perpetuamente”.
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