Na manhã de domingo, os europeus terão que adiantar seus relógios em uma hora e mudar para o horário de verão, um ritual que tem atraído cada vez mais críticas, mas sobre o qual a União Europeia ainda não chegou a um acordo. Duas vezes por ano, este assunto ilustra as enormes dificuldades da UE em adotar uma decisão que deve ser aprovada por todos os 27 países do bloco.
A Comissão Europeia, braço executivo da UE, propôs acabar com o horário de verão de 2018, após uma consulta em toda a Europa na qual quase quatro milhões de pessoas votaram a favor do fim da prática. Posteriormente, o Parlamento Europeu deu sinal verde. Mas o tema permanece estagnado desde então… a proposta ficou no limbo depois de encontrar oposição de alguns países.
Questionado sobre o assunto na quinta-feira, um porta-voz da Comissão brincou: “Pergunte-me novamente em seis meses”. Vários estudos destacam os impactos negativos do horário de verão na saúde e na segurança rodoviária, em troca de modestas economias de energia.
A Polônia, que ocupa a presidência rotativa semestral da UE até julho, quer trazer a questão de volta à mesa. Para isso, os planejadores realizam uma rodada de consultas informais com os Estados-membros, uma ideia reforçada pela Comissão.
Mas “o tempo está se esgotando”, alertamos os próprios poloneses, confirmando que o apoio dos Estados-membros é limitado. Alguns consideraram a questão de uma perda de tempo, em meio às grandes crises que a UE enfrenta, como a invasão russa da Ucrânia e a ameaça de uma guerra comercial com os Estados Unidos.
Uma discussão interminável
A Lituânia assumirá a presidência rotativa da UE no primeiro semestre de 2027 e já planeja promover o debate como uma de suas prioridades. No Parlamento Europeu, a abolição do horário de verão tem fervorosos defensores.
O legislador irlandês Sean Kelly observou que “há estudos que sugerem que uma mudança de horário é ruim para a saúde humana, animal e segurança nas estradas. E tem muito poucos benefícios”. Isso representaria uma convergência com o presidente dos EUA, Donald Trump, que após sua eleição disse que queria libertar seu país do horário de verão, por considerá-lo “inconveniente” e “muito caro”.
Um fiel aliado de Trump, o bilionário Elon Musk, disse recentemente a seus seguidores na rede X se eles preferem continuar usando o horário de inverno ou adotar o horário de verão. A maioria apoiou o horário de verão. O Brasil interrompeu o horário de verão de 2019. Na última década, vários outros países seguiram o mesmo caminho, como Azerbaijão, Irã, Rússia, Síria, Turquia e Uruguai, de acordo com o PEW Research Center.
No entanto, alguns países se arrependeram de adotar a medida. É o caso do Egito, que eliminou o horário de verão em 2014 e o reintroduziu nove anos depois para economizar energia. Criado para fornecer uma hora extra de luz do dia, o horário de verão originado na Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial e se fornecido pelo continente.
O traje caiu em desuso após a Segunda Guerra Mundial, até a crise do petróleo da década de 1970, quando foi reintroduzido para economizar energia.
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