BRASÍLIA – O ministro da Casa Civil, Rui Costa, apontou a Controladoria-Geral da União (CGU), comandada pelo ministro Vinícius Carvalho, como a principal responsável pelo crescimento do volume de fraudes no INSS nos últimos anos.
Em entrevista ao jornal O Globo, Costa indicou que a CGU não cumpriu com o seu papel de evitar o problema e apontar falhas de procedimentos nos descontos feitos em mensalidades de aposentados e pensionistas. Essas falhas, segundo ele, deveriam ter sido apresentadas ao então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, demitido na última sexta-feira (2).
“Ao fim e ao cabo, nós deixamos passar dois anos, período no qual mais pessoas foram lesadas, para poder corrigir o problema? O papel da Polícia Federal não é mesmo o de avisar nada a ninguém, é apurar ato criminoso. Ela está no papel dela, correto, sem reparo. Agora, a função de qualquer Controladoria é preventiva e não corretiva ou punitiva”, afirmou.
Rui Costa ainda apontou que “90%” dos desvios feitos contra os aposentados vieram de 2020 para cá. “Se você atua em 2023, tinha diminuído a quantidade de pessoas e eu diria que não tinha impactado basicamente o nosso governo”, concluiu o ministro.
O ministro Vinicius Carvalho e a CGU não quiseram comentar as declarações de Rui Costa.
Nesta tera-feira (7), a CGU retirou do INSS a responsabilidade por apurar eventuais irregularidades administrativas cometidas por 12 organizações civis suspeitas de um esquema.
A Operação Sem Desconto, realizada pela PF e pela CGU, revelou um esquema de descontos ilegais nos benefícios pagos a aposentados e pensionistas de 2019 a 2024. Os valores eram repassados a uma parte das associações, sindicatos ou entidades para as quais o INSS descontava, diretamente dos benefícios previdenciários.
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