O partido do presidente argentino, Javier Milei, venceu no domingo (18/5) as eleições legislativas na cidade de Buenos Aires, um reduto tradicional do movimento de centro-direita PRO, que ficou em terceiro lugar atrás do peronismo (centro-esquerda), segundo o órgão eleitoral.
O resultado coloca A Liberdade Avança (LLA), o jovem partido de Milei, como a força mais votada na capital argentina, que desde 2007 é governada pelo PRO, a agremiação do ex-presidente Mauricio Macri (2015–2019), cujo apoio foi crucial para a vitória do mandatário ultraliberal em 2023.
“Hoje o bastião amarelo foi pintado de violeta”, disse Milei ao comemorar a vitória, em referência às cores que identificam seu partido e o PRO. “E a partir de agora vamos pintar de violeta todo o país!”
Com 98,47% das urnas apuradas, o porta-voz de Milei, Manuel Adorni, venceu com 30,13% dos votos a lista do peronismo encabeçada por Leandro Santoro, que obteve 27,35%, e Silvia Lospennato, do PRO, que conseguiu 15,93%, segundo o Instituto de Gestão Eleitoral de Buenos Aires.
“Hoje escolhemos entre dois modelos”, disse Adorni, aludindo ao peronismo. “Entre o modelo da casta, dos privilégios, o de poucos; e o modelo da liberdade.”
Do lado de fora da sede de campanha do LLA, dezenas de militantes se reuniram para aguardar a saída dos candidatos, com bandeiras libertárias, bonés das “forças do céu”, como são conhecidos os seguidores de Milei, e gritos de “liberdade”.
Após a divulgação dos dados, Santoro, que era favorito em muitas das pesquisas, pediu para “colocar em contexto o resultado da eleição” e destacou que “o PRO, como projeto político, deixou de representar a maioria dos portenhos”.
Para o cientista político Carlos Fara, “foi quebrada a hegemonia do PRO depois de 20 anos, e talvez seja o começo de um fim, ao menos como protagonista em nível nacional”.
“Ainda que o governo de Milei venha sofrendo certo desgaste nos últimos cinco meses, a verdade é que tende a ser a primeira minoria na eleição de meio de mandato”, afirmou o analista em sua coluna no Diário Popular.
Por sua vez, Lospennato disse que os resultados não foram os esperados e considerou que “não faz bem ao país que a discussão política se transforme em uma discussão sem regras da democracia”.
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