BRASÍLIA – Integrantes da oposição afirmam que receberam do presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), a garantia de leitura do requerimento de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar a fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O líder do PL no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), disse ao O TEMPO Brasília que Alcolumbre se comprometeu a ler o documento na primeira sessão que houver do Congresso, com a presença de deputados e senadores.
Na quarta-feira (21), Marinho adiantou, durante sessão no plenário, a promessa de Alcolumbre e citou como prováveis datas para uma sessão do Congresso os dias 27 ou 28 de maio. “Vamos aguardar esse dia 27 ou 28 de maio, quando faremos a leitura dessa CPMI”, declarou.
Até o momento, não há nenhuma convocação oficial. No final de abril, porém, Alcolumbre chegou a anunciar uma sessão em 27 de maio para a votação de vetos presidenciais. A leitura do requerimento significa que a CPMI poderá ser instalada e os trabalhos, iniciados.
A autora do requerimento da CPMI, deputada Coronel Fernanda (PL-MT), também publicou a informação em suas redes sociais. “O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, confirmou que no dia 27 de maio será feita a leitura do requerimento de abertura da CPMI do Roubo no INSS, um passo histórico rumo à verdade e à justiça”, informou.
A CPMI do INSS, financiada pela oposição, não agrada ao Palácio do Planalto, que começou a articular um enfrentamento à pauta. Na última semana, o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), disse que a bancada assinaria o requerimento. Na mesma ocasião, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), indicou ser contrário à comissão.
Eles se manifestaram em uma audiência com o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, que se disse “pessoalmente favorável” à CPMI, mas demonstrou “medo” de que a apuração parlamentar atrase o ressarcimento e atrapalhe as investigações.
A fraude no INSS foi revelada após operação da Polícia Federal em abril. De acordo com as investigações, associações fizeram descontos ilegais em benefícios de aposentados, com a cobrança de mensalidades não autorizadas direto na folha de pagamento.
O rombo foi de R$ 6,3 bilhões. Segundo a PF, o esquema começou em 2019, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e foi interrompido em 2024, na gestão do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A reportagem procurou a equipe de Alcolumbre para confirmar a informação e aguarda resposta.
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