Desde os três anos de idade, Pedro Henrique Bonifácio dos Reis treina futebol em busca do sonho de ser um grande jogador. Hoje, aos 9 anos, o pequeno celebra a convocação para a base do Clube Atlético Mineiro.
A jornada é repleta de desafios. Antes de ser escolhido para a equipe de sub-9 do Galo, o amante do esporte se preparava nas aulas da Escolinha de Futebol do Projeto GDI, no Aglomerado da Serra, o maior complexo de Favelas de Minas Gerais, localizado na região centro-sul de Belo Horizonte.
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“Eles treinam na rua da comunidade porque o campinho não tem luz. Os treinos são à noite por causa da disponibilidade dos voluntários. Uma vez por semana nós levamos as crianças até o campo só para fazer as marções”, conta Ramon Bonifácio de Moura, 34 anos, pai do Pedro, fundador do projeto e um dos treinadores.
A escolinha saiu do papel em 2019. “Um dos únicos meios para retirar as crianças da comunidade do caminho errado é o esporte. O que o crime oferece, nem pai nem pai conseguem cobrir. Quanto mais atividades tivermos para os jovens, menos tempo eles têm para as coisas erradas”, lembra Moura sobre a motivação para iniciar o projeto.
Atualmente, o projeto atende quase 165 meninos e meninas da periferia. Além do Pedro, outras 10 crianças já estão no radar do Atlético, do Cruzeiro e do América – os principais times de futebol do estado.
Ramon Moura conta que a descoberta das crianças por ‘olheiros’ acontece desde o ano passado, quando os times do GDI passaram a disputar campeonatos locais que têm relevância no meio esportivo. A entrada na disputa só foi possível graças ao apoio do Instituto Tailor.
“Participar de um campeonato é caro. Para o número de alunos que temos, pode chegar a R$ 13 mil, com as taxas de inscrição, arbitragem e o transporte dos meninos e meninas”, detalha Moura.
O Instituto Tailor reúne padrinhos e madrinhas dispostos a ajudar financeiramente projetos sociais com baixa visibilidade e grande impacto. Empresários e executivos ligados à instituição fazem doações mensais e o valor é revertido às ações.
O modelo de apoio surgiu em 2019 como um projeto dentro da Tailor Exec, empresa mineira especializada na contratação de executivos para grandes empresas. Na época, apenas o dinheiro dos sócios da empresa garantiam o fundo. No início deste mês de novembro, a iniciativa se tornou um instituto. Em duas semanas, mais de 30 doadores se juntaram à associação.
“Foi muito bom engajar estes empresários. Às vezes, falta tempo e confiança para aplicar o dinheiro em causas sociais. Então, resolvi usar o meu nome e confiança para achar projetos de baixa visibilidade e que sejam sérios”, conta Bruno da Matta Machado, idealizado do instituto. “Eu brinco que é um fundo de investimentos em que não há risco de dar bem ou não. Eu falo que é retorno de 100%. Cada real investido faz a diferença na vida de alguém”, completa.
Além do apoio ao GDI, o instituto já viabiliza ajuda a outro projeto em Belo Horizonte e um em São Paulo. Os três fazem parte da cartela fixa da instituição. Os projetos promovem o desenvolvimento econômico e social das famílias beneficiadas. A iniciativa também já se mobilizou em prol de causas pontuais, como a reconstrução de casas para os atingidos das fortes chuvas que caíram sobre Belo Horizonte em 2020.
“Seguramente, mais de 500 pessoas já foram impactadas”, celebra Machado. Os interessados em apoiar o instituto podem acionar a equipe pela internet, pelo site www.tailorexec.com.br/instituto-tailor.
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