14 de abril, de 2024 | 10:00
Conheça o Cenam, escola que atende estudantes com dificuldades de aprendizagem, deficiência visual e auditiva
Assista às entrevistas feitas com professores e estudantes do Centro de Atendimento Multidisciplinar Hebert de Souza (Cenam) em Ipatinga
Por Isabelly Quintão – Repórter Diário do Aço
Localizado no bairro Novo Cruzeiro, o Centro de Atendimento Multidisciplinar Hebert de Souza (Cenam) é uma escola que atende alunos matriculados na rede municipal de ensino de Ipatinga, que apresentam transtornos e dificuldades de aprendizagem. Também são atendidos alunos com deficiência auditiva e deficiência visual no contraturno do ensino regular, que são estudantes do Atendimento Educacional Especializado (AEE). O vídeo com as entrevistas feitas na escola está mais embaixo. Assista.
A faixa etária desses alunos é de 8 a 16 anos. Para os grupos de pessoas com deficiência visual e auditiva, a escola atende alunos que estão na educação básica, mesmo que em nível médio. Entretanto, é preciso que a rede de ensino a qual o estudante tem vínculo seja no município de Ipatinga. No grupo de alunos com deficiências visuais, também são atendidos adultos, sem vínculo em instituições de ensino.
Atendimento

A diretora do Cenam, Karla Pinto Chaves, explica à reportagem do Diário do Aço que a escola recebe os alunos de segunda a sexta, no contraturno do ensino regular. Eles são indicados pela escola de ensino regular, que nos sinaliza alguma dificuldade ou transtorno de aprendizagem. É feita uma avaliação pela equipe do Cenam para verificar o grau de dificuldade e posicionar o aluno no grupo que melhor o atenda. Temos quatro grupos com níveis de aprendizagem diferenciados, além dos grupos de AEE”, relatou.
Karla também ressaltou que a escola tem capacidade de atender, em média, 220 alunos por turno. Em seus respectivos grupos, eles são subdivididos em quatro subgrupos de atendimento. Cada subgrupo fica com o número máximo de 14 estudantes, que são atendidos de forma mais individualizada e assertiva”, afirmou.
Componentes curriculares
Os estudantes são atendidos nos componentes curriculares de: alfabetização; matemática; psicopedagogia; psicomotricidade; meio ambiente; práticas interativas pedagógicas e escola empreendedora mágica. Uma vez por semana têm atendimento de música, dança, teatro, xadrez e artes.
Já os estudantes com deficiência visual são atendidos nas disciplinas braille, soroban, orientação e mobilidade e tecnologias assistivas (ministrada por um professor com deficiência visual). Os alunos com deficiência auditiva aprendem libras (ministrada por um professor surdo), português como segunda língua, psicomotricidade e matemática.
O atendimento funciona de acordo com a necessidade específica de cada um, de modo a sanar os pré-requisitos que faltam para alcançarem o pleno processo de alfabetização. Há 35 professores graduados em suas respectivas áreas de atuação e especializados em educação especial.
Inclusão, na prática
O estudante Niel Gonçalves tem retinose pigmentar, deficiência de origem genética, que causa a perda progressiva da visão. Assim como seus colegas de turma e seu professor de tecnologias assistivas, e contou que a escola tem o ajudado com diversos ensinamentos. Depois dos 30 anos, a doença foi piorando muito. Eu tive que usar bengala, e graças à professora de mobilidade, eu consegui. Antes, eu não sabia nem ligar o computador e, agora, com a ajuda do professor de informática, já consigo algumas coisas. Existem vários professores na escola para nos ajudar no que é possível. Isso tudo com muita eficiência, já que precisamos de professores com especialidades”, enfatizou.
Importância do trabalho
O professor de tecnologias assistivas, Ivanir Dias, ressaltou que a escola promove um trabalho que é muito importante e, além de tudo, único no Vale do Aço. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstram que existem mais de 500 pessoas com cegueira ou baixa visão em nossa cidade. Porém, a grande maioria da população não sabe da existência desse atendimento especial, que é ofertado pela Prefeitura de Ipatinga”, salientou.
Ele também tem deficiência visual e contou que já foi aluno desse tipo de trabalho. Depois de um tempo, fui beneficiado pelo atendimento e decidi ser professor, contribuindo com essa causa tão nobre. Assim, fui para a faculdade e utilizei as ferramentas que aprendi. Desde então, a minha vida mudou e faz alguns anos que atuo como professor de meus pares, crianças, adolescentes e adultos com deficiência visual”, concluiu.
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