O estudo Lideranças Negras no Estado Brasileiro (1995-2024) revela que a maioria das pessoas negras ocupando cargos de liderança no Poder Executivo é proveniente de classes populares e possui alta qualificação, com formação no ensino superior público e pós-graduação. Apesar do avanço, ainda enfrentam barreiras para acessar os principais postos de poder.
Nos últimos 25 anos, o percentual de líderes negros e indígenas aumentou de 22% para 39% em diversas instituições públicas, como ministérios e autarquias. Contudo, os homens brancos continuam a dominar, ocupando 35% das posições de liderança.
Durante a pesquisa, entrevistas com 20 lideranças negras, incluindo ministros e secretários, mostraram que esses profissionais são altamente capacitados e trazem diversas experiências, mas frequentemente não são reconhecidos em sua função, enfrentando situações de discriminação, como serem confundidos com seguranças ou porteiros.
“É a primeira vez que estes indivíduos ocupam cargos de gestão, portanto, carecem de redes de contato que potencializam sua ascensão profissional”, explica a socióloga e coordenadora do estudo, Flavia Rios.
Outro ponto destacado pela pesquisa é que, apesar de suas vitórias pessoais, os entrevistados defendem fortemente a implementação de cotas como uma medida fundamental para promover a diversidade no âmbito do governo federal. A pesquisa sugere que é essencial investir em letramento racial para garantir que a temática racial seja um tema central e não apenas um esforço ocasional de cada servidor.
As assessorias de Participação Social e Diversidade, criadas recentemente, também se configuram como um importante espaço para garantir que mais pessoas negras permaneçam e evoluam em posições de liderança dentro do setor público.
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