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Desafios no tratamento da obesidade no Brasil: uma análise crítica

Desafios no tratamento da obesidade no Brasil: uma análise crítica

Atualmente, cerca de 70% da população brasileira enfrenta problemas de peso, com um em cada três indivíduos sendo classificado como obeso. Dados alarmantes indicam que entre crianças de 5 a 10 anos, 5,22% sofrem de obesidade grave, 9,38% apresentam obesidade e 16,33% estão acima do peso. O aumento das taxas de obesidade infantil, que cresceu dez vezes nas últimas quatro décadas, preocupa especialistas.

Esse tema foi discutido em uma audiência pública realizada pela Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (12), com foco nos desafios do diagnóstico e tratamento da obesidade em território nacional.

A presidente do Vozes do Advocacy, Vanessa Pirolo, apresentou os dados e contextualizou a situação. Ela enfatizou a necessidade de reconhecer a obesidade como uma condição multifatorial e a importância de um tratamento multidisciplinar. Segundo sua análise, este suporte nem sempre é acessível para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

A obesidade precisa ter um tratamento multisciplinar, o que realmente não acontece no Brasil, porque muitas pessoas não conseguem ter acesso no SUS a essa equipe multidisciplinar.

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) está realizando uma consulta pública até 30 de junho, para discutir a inclusão do medicamento semaglutida nos serviços de saúde, destinado a pacientes com obesidade e histórico de doenças cardiovasculares acima dos 45 anos. Este medicamento é o princípio ativo de produtos como Ozempic e Wegovy, utilizados para emagrecimento.

A coordenadora-geral de Prevenção às Condições Crônicas do Ministério da Saúde, Aline Lima Xavier, lembrou que o SUS já efetivou mais de 86 mil cirurgias bariátricas e cerca de 11 mil cirurgias reparadoras na última década. Contudo, o financiamento dessas cirurgias ainda é uma pauta relevante na discussão sobre a saúde pública.

A presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, Maria Edna de Melo, mencionou que o tratamento no SUS é regido por duas portarias de 2013 que abrangem desde a atenção primária até opções cirúrgicas, porém a falta de um acompanhamento efetivo após os dois anos de operação gera preocupação. “Esse tempo de dois anos não bate. Se elas vão viver mais, o que vai acontecer depois desses dois anos?”.

Juliano Blanco Canavarro, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, constatou que, entre 2020 e 2024, só 1% dos pacientes elegíveis para cirurgias bariátricas foram operados pelo SUS, o que retarda o tratamento e potencialmente agrava os casos.

A nutricionista do Hospital Oswaldo Cruz, Tarcila Ferraz de Campos, destacou ainda a importância de uma alimentação saudável e da prática de atividades físicas. Dados revelam que 20% das calorias consumidas no Brasil provêm de alimentos ultraprocessados, enquanto a ingestão de alimentos básicos vem diminuindo.

Reconhecida como uma das principais questões de saúde mundial, a obesidade afeta mais de 1 bilhão de pessoas e está associada a doenças como diabetes tipo 2 e hipertensão. O debate na Comissão de Saúde foi conduzido pela deputada Meire Serafim (União-AC).

Confira a matéria completa em: maisvip.com.br

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