Search
Close this search box.
Home » Vale do Aço Online » Diagnóstico revela realidade das pessoas em situação de rua em Coronel Fabriciano

Diagnóstico revela realidade das pessoas em situação de rua em Coronel Fabriciano

Diagnóstico revela realidade das pessoas em situação de rua em Coronel Fabriciano

FABRICIANO – Na sociedade contemporânea, a definição de “rua” tem se transformado.  Historicamente, a rua tem um viés negativo imposto pelo capitalismo, e as pessoas em situação de rua (PSR) foram invisíveis durante um longo período. Em Coronel Fabriciano, o desafio não é diferente dos demais municípios, mas, este público, recebe a atenção do poder público municipal.

Nesta segunda-feira, 24 de junho, a Secretaria de Governança de Assistência Social apresentou o Diagnóstico Situacional das Pessoas em Situação de Rua para autoridades e representantes da sociedade organizada. O documento traz informações sobre perfil, como vivem, o que desejam e de onde vieram as pessoas em situação de rua na cidade.

As informações são essenciais para elaboração e ampliação das políticas públicas voltadas para estas pessoas.

“Os dados são importantes para termos uma leitura do cenário e projetar o orçamento no ano que vem. O objeto é entregar dados para outras instituições e setores para que possam propor coletivamente políticas públicas para a superação da população em situação de rua e a redução de danos para as pessoas que estão nas ruas de Coronel Fabriciano”, destaca a Secretária de Governança de Assistência Social, Letícia Godinho.

A pesquisa em Fabriciano utilizou entrevistas semiestruturadas baseadas no Censo Pop Rua de 2019. Foi optado por uma metodologia quali-quantitativa, com análises sociológicas e psicanalíticas. Apenas a área urbana foi diagnosticada, devido à raridade de PSR em áreas rurais. O município foi dividido em quatro territórios para a coleta de dados.

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

Segundo o levantamento, Coronel Fabriciano tem hoje 91 pessoas em situação de rua (2 a menos do levantamento feito em 2019). Deste total, 53 responderam à pesquisa. Todas estão registradas pelo serviço público.

Entre os apontamentos do diagnóstico, alguns dados se destacam:

·         64% “dormem” nas ruas do Centro de Coronel Fabriciano.

·         Dos que responderam, 62,3% são nascidos em outras cidades

·         60,8% “vivem” nas ruas há mais de 10 anos; 18,1% estão em situação de rua há 5 anos ou mais

·         88% são homens; 90,5% se identificam como pardos e pretos

Questões de gênero, sexualidade, comportamento sexual e uso de drogas também foram exploradas. Dentre os entrevistados, mais de 75% possui documentos que são mantidos consigo.

Presente também no encontro, a Delegada de Polícia Civil, Izabella Menegassi, frisou a relevância da discussão sobre o tema para entender as reais necessidades do público em situação de rua e como atuar para atendê-las.

“Hoje a Polícia Civil está presente neste evento não como órgão punitivo, mas sim como garantia de direitos. Dentre eles, a identificação civil, que é fundamental para que eles consigam acessar outros serviços. Estes dados também auxiliam os órgãos em diversas atividades e serviços, no caso da Polícia Civil, servem também no trabalho de ocorrência de desaparecimento, dentre outros”, explica.

CONDIÇÃO DE VIDA, TRABALHO E RENDA

A pesquisa aborda necessidades básicas como alimentação, acesso à água, higiene, saúde, histórico de prisão, escolaridade, trabalho formal e informal. Dentre os entrevistados, apenas 11,3% concluíram a Educação Básica. Conforme os dados, 68,4% já trabalharam com carteira assinada, e mais de 31% hoje fazem bicos para sobreviver.

O diagnóstico apontou ainda o envelhecimento das pessoas em situação de rua: 43,3% dos entrevistados têm 51 anos ou mais, sendo 9,4% acima dos 60 anos. Daí, como destacado no seminário, a necessidade de estratégias singulares direcionadas especificamente para mulheres e idosos em situação de rua.

Com base nos dados, a Secretária de Governança de Assistência Social, Letícia Godinho, “acredita que é possível planejar ações imediatas e a longo prazo, utilizando essas informações para melhorar as condições das PSR e servir de exemplo para outras cidades”.

SERVIÇO:

CENTRO POP (Centro de Referência Especializado para população em Situação de Rua).

Av. Dr. Rubens Siqueira Maia, 125, Centro – Telefone: (31) 3406-7405.

Funcionamento: segunda à sexta-feira, das 8h às 17h.

Compartilhe em suas redes sociais

Confira a matéria completa em: www.jornalbairrosnet.com.br

Leia também

Newsletter

LEIA TAMBÉM