Dólar cai e Bolsa sobe após declarações de Lula sobre o IOF

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Na manhã desta terça-feira (3), o dólar registrava uma leve queda, enquanto a Bolsas de Valores apresentava alta, após as declarações do presidente Lula sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Até às 12h39, a moeda americana caiu 0,38%, sendo cotada a R$ 5,651, enquanto o índice da bolsa subia 0,28%, atingindo 137.176 pontos.

Entre os destaques positivos, as ações da Petz dispararam 3,25% após o Cade aprovar a fusão com a Cobasi. No início do dia, o dólar tinha uma recuperação diante de tensões comerciais, chegando a ser cotado a R$ 5,710, porém, na coletiva de Lula, a moeda passou a cair.

O presidente afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não teve problemas em rediscutir o decreto que aumentou as alíquotas do IOF, e que uma nova proposta será discutida em um almoço no Palácio da Alvorada.

Lula disse: “O [Fernando] Haddad, no afã de dar uma resposta à sociedade, elaborou uma proposta da Fazenda. Não acho que tenha sido erro não, foi momento político e em nenhum momento o companheiro Haddad teve problema de rediscutir o assunto”.

De acordo com Ian Lopes, economista da Valor Investimentos, as declarações do presidente trazem tranquilidade ao mercado, o que foi reafirmado por Matheus Spiess, da Empiricus Research, que destacou que a coletiva diminuiu os ruídos em torno das negociações.

Além do IOF, Diego Faust da Manchester Investimentos, mencionou que a desvinculação dos salários da previdência em relação ao salário mínimo foi vista como um ponto favorável pelo mercado, pois poderia aliviar os gastos públicos.

O cenário econômico ainda é influenciado por medidas que estão sendo propostas para o ajuste das contas públicas, que têm gerado críticas no Congresso.

No cenário internacional, a política comercial dos EUA e as tensões entre EUA e China continuam a impactar o mercado, com o presidente Donald Trump planejando aumentar tarifas de importação de aço, intensificando a guerra comercial.

A saída de capitais dos EUA para mercados emergentes, especialmente o Brasil, pode ser uma oportunidade, segundo Larissa Quaresma, analista da Empiricus, destacando que a dinâmica atual oferece valuations atrativos.