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Dólar cai enquanto Bolsa avança em resposta à guerra comercial EUA-China

Dólar cai enquanto Bolsa avança em resposta à guerra comercial EUA-China

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar apresenta uma queda acentuada nesta quinta-feira (24), à medida que investidores monitoram de perto a política comercial dos Estados Unidos, que segue repleta de incertezas e variações nas posições do presidente Donald Trump.

Às 14h14, a moeda americana caía 0,72%, cotada a R$ 5,675, refletindo um movimento global de venda do dólar em meio às incertezas sobre a imposição de novas tarifas. Enquanto isso, a Bolsa de Valores brasileira registrava uma alta de 1,67%, alcançando 134.433 pontos, seguindo uma tendência de ganhos observada na véspera e alinhada aos índices acionários de Wall Street.

Durante uma coletiva à imprensa na quarta-feira à noite, Trump fez mais um aceno conciliador à China, afirmando que os Estados Unidos buscam um acordo comercial “justo” e que “tudo está ativo” nas negociações com o país asiático. Ele também declarou que estaria disposto a reduzir “substancialmente” as tarifas atuais, que são de 145% sobre produtos chineses. Por outro lado, a China impõe tarifas de 125% sobre produtos norte-americanos, em resposta à escalada da guerra comercial entre as nações.

Antes dessas declarações, a China reiterou sua disposição para dialogar com os EUA. Guo Jiakun, porta-voz do ministério chinês de Relações Exteriores, afirmou: “Se tivermos que lutar, iremos até o fim, mas as portas do diálogo seguem abertas”. Contudo, Jiakun também desmentiu rumores de que Pequim estivesse em negociações sobre tarifas, classificando-as de “informações falsas”.

Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, apoiou essa avaliação, afirmando que até o momento nenhuma conversação substancial foi iniciada. “Acredito que as duas partes estão esperando para falar uma com a outra”, comentou Bessent durante um evento do FMI e do Banco Mundial, em Washington.

Este flutuar de informações provoca incertezas no mercado, levando investidores a vender dólares e optar por outras moedas, favorecendo a valorização do real. Bruno Botelho, especialista da One Investimentos, observou que “o dólar está recuando no mercado externo” devido a uma ligeira recuperação das principais moedas globais.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes, também refletiu essa fraqueza, apresentando uma queda de 0,48%, a 99,43 pontos.

A imprevisibilidade em relação ao cenário econômico global tem causado oscilações acentuadas nos preços. De acordo com Márcio Riauba, chefe da mesa de operações da Stonex Banco de Câmbio, nos últimos dias “o mercado de câmbio teve oscilações de até R$ 0,50”.

As mensagens e declarações de Trump geram volatilidade, ora promovendo a ideia de diálogo, ora fazendo ataques à China e ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Recentemente, Trump recuou de ameaças de demitir Powell, indicando que não pretende interferir em sua gestão, mas gostaria de um posicionamento mais ativo em relação à redução das taxas de juros.

O Federal Reserve, por sua vez, tem enfrentado um mandato duplo, equilibrando decisões de política monetária entre inflação e mercado de trabalho, enquanto as tarifas vêm pressionando os preços para o consumidor final, podendo gerar um aumento na inflação e afetar o nível de emprego.

Com a continuidade desse cenário incerto, a discussão em torno das tarifas pode se estender por semanas ou até meses, permitindo que o Fed mantenha sua taxa de juros constante até que haja maior clareza quanto às decisões futuras de Trump e seus impactos na economia.

Trump tem defendido cortar as taxas de juros, que atualmente estão entre 4,25% e 4,5%, como uma forma de estimular a atividade econômica, que ameaça entrar em um estado de “estagflação” devido às tarifas. Membros do Fed projetam até dois cortes de 0,25 pontos percentuais na taxa este ano, embora o número de membros que acreditam que nenhum corte ocorrerá aumentou de um para quatro.

Confira a matéria completa em: maisvip.com.br

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