SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar teve alta de 0,43% nesta quinta-feira (27), encerrando a sessão cotado a R$ 5,757. A moeda flutuou entre diferentes tendências ao longo do dia, influenciada pelos dados de inflação do Brasil e pelo Relatório de Política Monetária do Banco Central (BC). Porém, a cautela dos investidores com as novas tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ajudaram a moeda a se firmar em terreno positivo.
A Bolsa também apresentou ganhos, finalizando o dia com uma alta de 0,47%, alcançando 133.148 pontos, com destaque para as ações da Vale e da Petrobras.
Dados recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre a inflação foram divulgados na manhã de quinta-feira. O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) desacelerou para 0,64% em março, após marcar 1,23% em fevereiro.
Esse resultado ficou abaixo da média das previsões do mercado, que era de 0,69%, conforme a agência Bloomberg. No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 subiu para 5,26%, ante 4,96% no mês anterior, com a mediana das projeções em 5,3%.
Segundo André Valério, economista sênior do Inter, essa leitura ainda gera precauções. “Apesar da melhora qualitativa, ela é marginal, e a inflação elevada dos alimentos pode afetar outros itens, como alimentação fora do domicílio, pressionando a inflação de serviços”, afirmou.
Ele acrescenta que o resultado não deve alterar a política monetária no curto prazo. Com uma alta prevista, a expectativa é de que a dinâmica do mercado de trabalho influencie as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), que já aumentou a Selic em um ponto percentual, para 14,25% ao ano, na última reunião.
Relatório de Política Monetária do BC trouxe previsões econômicas reduzidas, com um crescimento estimado de 1,9% para o PIB em 2025, inferior aos 2,1% anteriormente estimados.
A expectativa dos agentes de mercado agora é por um aumento de 0,50 ponto percentual na Selic, versus 0,75 que tinha sido anteriormente considerado. Uma Selic mais baixa pode significar um diferencial de juros menor em relação a outros países, desvalorizando a moeda brasileira e afastando investidores estrangeiros.
O presidente do BC, Gabriel Galípolo, reiterou a necessidade de liberdade na condução da política monetária, evitando compromissos além da reunião de maio. Na esfera internacional, os operadores reagiram ao anúncio das tarifas de 25% sobre automóveis e peças importadas.
Trump destacou: “Começamos com uma tarifa de 2,5% e agora vamos para 25%.” As novas tarifas entram em vigor em 2 de abril, com o presidente prometendo uma resposta tarifária em relação a países que, em sua visão, contribuem para o déficit comercial dos EUA.
O novo quadro tarifário gerou preocupações sobre o impacto na economia global, especialmente sobre a inflação e as cadeias de suprimentos. Os investidores mostraram-se cautelosos entre a incerteza e a busca por ativos de maior risco, dado o comportamento imprevisível da política tarifária do governo Trump.
Por ora, não há sinais claros de retrocesso nas tarifas, embora Trump tenha mencionado a possibilidade de descontos a certos países. No que diz respeito ao Brasil, a inclusão na lista de países tarifados implica taxas sobre todos os produtos exportados para os EUA.
Segundo uma autoridade da Casa Branca, ainda não foi decidido se o Brasil será incluído, mas caso isso ocorra, a cobrança será linear para toda a pauta exportadora.
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