SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar à vista mantinha-se próximo da estabilidade na manhã desta quinta-feira (29), enquanto os investidores analisavam a decisão de um tribunal estadunidense que suspendeu a maior parte das tarifas implementadas pelo ex-presidente Donald Trump. A atenção também se volta para as notícias fiscais do Brasil.
Às 9h03, a moeda era cotada a R$ 5,7003 na venda, com uma leve alta de 0,08%. Na B3, o contrato futuro de dólar que vence mais cedo registrava um aumento de 0,21%, alcançando R$ 5,704. Na quarta-feira (28), a moeda americana havia fechado em alta de 0,87% face ao real, com cotação de R$ 5,695.
O Ibovespa fechou em queda de 0,46%, aos 138.887 pontos, enquanto o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego indicou um mercado formal de trabalho mais aquecido do que o esperado.
As ações de siderúrgicas apresentaram as maiores perdas no índice, mesmo com o governo federal ampliando a lista de produtos protegidos de importações. Analistas levantam dúvidas sobre a eficácia dessa medida para conter a concorrência internacional. As ações da Azul, que atravessa um processo de recuperação judicial nos EUA, também tiveram desempenho negativo, encerrando em queda de 2,80%.
O economista Fabio Louzada, planejador financeiro e fundador da Eu me banco, interpretou o dia como uma correção pós alta do índice vistas anteriormente, impactado pelos dados do CAGED. “O mercado esperava 175 mil vagas abertas, mas o número real foi de 257.528 vagas em abril, acima do número de 71.576 vagas de março. Essa superação mantêm os juros futuros em alta, afetando negativamente ações de varejo e consumo”, comentou.
A reunião de bancos no Ministério da Fazenda, que tratou do aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), também foi acompanhada com atenção, com o governo indicando possíveis recuos em certos elementos da proposta.
Dólar em Alta no Mundo
De acordo com Bruno Shahini, especialista em investimentos da corretora Nomad, a moeda americana foi sustentada pela expectativa sobre a ata da última reunião do Federal Reserve, divulgada na quarta-feira. “A expectativa de que o banco central dos EUA mantenha um discurso cauteloso devido às incertezas tarifárias é o que sustenta a força do dólar no mercado internacional”, observou.
Shahini acrescentou que moedas emergentes foram as mais impactadas na sessão, e o real, além dos efeitos globais, sente a pressão dos aumentos recentes do IOF, o que intensificou a percepção sobre riscos internos.
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