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Dólar registra queda e Bolsa enfrenta queda acentuada amid temores de recessão nos EUA

Dólar registra queda e Bolsa enfrenta queda acentuada amid temores de recessão nos EUA

São Paulo, SP (FOLHAPRESS) – O dólar apresenta uma leve queda nesta terça-feira (11), com investidores ainda apreensivos em relação à possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos e as políticas tarifárias do presidente Donald Trump. Esses fatores resultaram em fortes perdas no mercado na véspera, afetando tanto as moedas de países emergentes quanto os índices acionários globalmente.

Às 14h14, a moeda americana recuava 0,25%, cotada a R$ 5,840, em um leve ajuste após o aumento significativo do dia anterior. Em contrapartida, a Bolsa de Valores aprofundava suas perdas, apresentando uma baixa de 1,43%, aos 122.731 pontos.

A situação nos EUA

A continuidade das incertezas nas finanças dos Estados Unidos é a principal preocupação. O receio é que a guerra comercial desencadeada pelo “tarifaço” de Trump prejudique a economia americana, que já evidencia sinais de desaceleração.

O pessimismo se intensificou na semana anterior, resultante de dados de emprego mais fracos e uma deterioração nas expectativas econômicas de consumidores e empresários. No último domingo, os comentários de Trump contribuíram para amplificar essa preocupação.

O presidente afirmou em uma entrevista à Fox News que “detesta fazer previsões” sobre uma possível recessão nos próximos anos.

A avaliação dos investidores indica que Trump está disposto a enfrentar uma recessão de curto prazo para implementar as medidas econômicas prometidas durante a campanha eleitoral. Contudo, a política tarifária tem se mostrado volátil, criando incertezas para os operadores do mercado.

Na terça-feira passada (4), Trump estabeleceu tarifas de 25% sobre importações do Canadá e do México, mas logo após fez dois recuos significativos, isentando fabricantes de automóveis e produtos que se enquadravam nas regras do acordo comercial USMCA. Novas tarifas sobre aço e alumínio devem ser aplicadas esta semana.

Recentemente, Trump também aumentou a tarifa para 50% sobre produtos de aço e alumínio canadenses como retaliação à província de Ontário, que impôs uma tarifa de 25% sobre a eletricidade importada. Ele demandou, ainda, redução na tarifa canadense sobre produtos lácteos dos EUA.

Impacto nas ações e nos mercados

Esses movimentos de Trump fortalecem a ideia de que as tarifas são uma ferramenta de negociação, mas também trazem cautela ao mercado. Segundo Leonel Mattos, analista de inteligência de mercado, a incerteza atual leva investidores e consumidores a adotarem posturas mais defensivas, priorizando a poupança e evitando decisões mais arriscadas.

O dólar teve um aumento global no final do ano passado sob a pressão das tarifas, já que esse aumento pode elevar o custo de vida nos EUA, dificultando o combate à inflação pelo Fed (Federal Reserve) e ocasionando a manutenção da taxa de juros em níveis altos.

Além disso, se as taxas de juros nos EUA seguem altas, os rendimentos dos títulos do Tesouro tornam-se mais atraentes, fortalecendo ainda mais o dólar no mercado internacional.

No domingo, Trump reconheceu a possibilidade de que as tarifas possam novamente causar inflação, embora tenha apontado que as taxas de juros estejam baixas atualmente.

Expectativas do mercado

O chamado “índice do medo” (VIX) alcançou seu maior nível do ano na segunda-feira, com uma alta de quase 20%. Esse índice reflete a volatilidade do mercado de ações. O aumento tem sido sustentado desde fevereiro, frente a dados de atividade econômica que vieram abaixo das expectativas.

O relatório Jolts, divulgado nesta terça, revelou que as vagas de emprego disponíveis aumentaram em janeiro, mas a expectativa é que a demanda diminua nos próximos meses devido às incertezas relacionadas às tarifas e às políticas de gastos do governo republicano.

O número de postos de trabalho disponíveis subiu em 232 mil, totalizando 7,74 milhões, superando a expectativa de 7,63 milhões.

O presidente do Fed, Jerome Powell, ressaltou que os indicadores econômicos permanecem sólidos e que não há pressa para reduzir a taxa de juros, enquanto ainda faltam clarezas sobre as consequências das políticas de Trump para a economia.

“Estamos em um período de transição, e a incerteza sobre as mudanças propostas continua alta”, destacou Powell.

Com a expectativa de novos cortes de juros pelo Fed, as atenções estão voltadas para o CPI (índice de preços ao consumidor) a ser divulgado na quarta-feira, que poderá indicar um espaço necessário para mais cortes de juros, levando a uma possível dissipação dos temores de uma recessão.

No momento, os operadores especulam até três cortes de juros ocorrerem neste ano, cada um de 0,25 ponto percentual.

Confira a matéria completa em: maisvip.com.br

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