SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O mercado financeiro observou uma manutenção da estabilidade do dólar nesta quarta-feira (12), que teve uma leve variação negativa de 0,03%, fechando a R$ 5,808. Durante o pregão, a moeda norte-americana apresentou alta volatilidade, alcançando uma máxima de R$ 5,846 e uma mínima de R$ 5,785.
Por outro lado, a Bolsa teve uma valorização de 0,29%, subindo até 123.866 pontos, também alternando entre altas e baixas ao longo do dia.
Os investidores reagiram a dados recentes de inflação do Brasil e dos Estados Unidos, que foram divulgados na manhã desta quarta-feira, juntamente com notícias sobre as tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o indicador oficial da inflação do Brasil, teve uma alta de 1,31% em fevereiro, após uma variação de 0,16% em janeiro, conforme dados do IBGE. O resultado estava alinhado com as expectativas do mercado e elevou a inflação acumulada nos últimos 12 meses para 5,06%, superando a meta fixa de 4,5%.
No cenário internacional, os dados de inflação dos EUA, que ficaram abaixo das projeções, atraíram atenção. O CPI (Índice de Preços ao Consumidor) avançou apenas 0,2% em fevereiro, enquanto a expectativa era de 0,3%. Com esse resultado, a inflação anual caiu para 2,8%, em comparação a 3% no mês anterior. Esse indicador é crucial para as decisões do Federal Reserve (Fed) sobre a taxa de juros, que atualmente se encontra entre 4,25% e 4,5%.
“Embora o Fed tenha afirmado que não toma decisões com base em dados isolados, o resultado de fevereiro aumenta as chances de um afrouxamento das políticas monetárias no futuro próximo. Há uma expectativa implícita de que um corte nas taxas ocorra em junho”, afirmou Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.
Nesta quarta-feira, também entraram em vigor tarifas de importação de 25% sobre produtos de aço e alumínio nos EUA, medida que afeta diretamente o Brasil, segundo maior fornecedor desses produtos ao país. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que o Brasil priorize as negociações em vez de medidas de retaliação.
Enquanto isso, Canadá e União Europeia já se manifestaram em represália. O Canadá, por exemplo, irá aplicar tarifas sobre produtos norte-americanos que somam 29,8 bilhões de dólares canadenses. Já a UE irá retaliar com taxas sobre 26 bilhões de euros em produtos dos EUA a partir do próximo mês.
Trump, por sua vez, declarou estar ciente das retaliações e que certamente responderá.
Os obstáculos gerados pela nova política comercial do presidente dos EUA e o pessimismo em relação à recuperação econômica global fazem com que o mercado permaneça cauteloso. Especialistas observam que um aumento nas tarifas pode pressionar os custos de vida nos EUA, complicando a luta do Fed contra a inflação.
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