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Dólar se valoriza e Bolsa registra queda após anúncio de Haddad sobre IOF

Dólar se valoriza e Bolsa registra queda após anúncio de Haddad sobre IOF

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar iniciou o dia com leve queda, mas logo passou a se valorizar, enquanto a Bolsa de Valores recuava nesta segunda-feira (9). O movimento acontece após o anúncio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a redução das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), em meio à expectativa de uma reunião entre Estados Unidos e China para discutir a guerra comercial entre os países.

Às 13h05, a moeda americana apresentava uma alta de 0,12%, cotada a R$ 5,576. Por outro lado, a Bolsa enfrentava uma desvalorização de 0,55%, alcançando 135.347 pontos, com as ações da Petrobras e Itaú figurando entre as maiores quedas.

No domingo (8), Haddad se reuniu com líderes de partidos e informou que chegou a um acordo para limitar o alcance do decreto sobre o IOF, além de adotar novas medidas visando compensar a perda na arrecadação. Dentre as medidas, destaca-se o aumento da taxação de apostas esportivas, mudanças na tributação de instituições financeiras e a nova cobrança de Imposto de Renda de 5% sobre títulos atualmente isentos, como as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito Agrícola). Segundo informações de três parlamentares presentes na reunião, Haddad também mencionou ajustes na alíquota de JCP (Juros sobre Capital Próprio).

Essas propostas devem ser implementadas por meio de uma Medida Provisória (MP). Haddad informou que irá discutir os detalhes do plano com o presidente Lula (PT) na próxima terça-feira (10).

Na semana anterior, investidores demonstraram expectativa em relação aos resultados da reunião entre membros do governo e parlamentares. A percepção de uma articulação mais efetiva entre o Executivo e Legislativo na pauta fiscal poderia resultar em otimismo em relação aos ativos brasileiros.

Na última sexta-feira (6), o dólar encerrou em queda de 0,29%, cotado a R$ 5,569, mesmo diante da valorização da moeda no mercado internacional, em resposta à expectativa sobre o pacote anunciado.

Esta foi a menor cotação da divisa americana desde 8 de outubro do ano passado, quando fechou a R$ 5,533. Ao longo da semana passada, o dólar acumulou uma queda de 2,63% e, no ano, já recuou 9,85%.

Por outro lado, a Bolsa fechou praticamente estável, com uma leve queda de 0,09%, a 136.102 pontos, diferentemente dos principais índices de Wall Street que avançaram mais de 1%, refletindo o otimismo em relação ao mercado de trabalho nos EUA.

Os recuos nas propostas originais do IOF, que haviam gerado uma reação negativa no mercado e entre parlamentares, têm sido, em geral, bem recebidos.

“O governo conseguiu alinhar uma comunicação diferente em relação ao que vimos duas semanas atrás. No dia do anúncio da alta do IOF, veio junto com uma política de corte de gastos, o que, teoricamente, deveria ter sido positivo, mas acabou tendo o efeito contrário no mercado”, afirmou Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

A reação foi considerada positiva a partir do momento em que o governo demonstrou articulação com o Congresso, mantendo em pauta a busca pelo equilíbrio fiscal.

No mercado de ações, a menção à Petrobras nas operações da Sete Brasil, assim como o rebaixamento sofrido por analistas do Santander, impactaram negativamente as ações da estatal, contribuindo para o desempenho negativo da Bolsa neste pregão.

Por volta das 11h, as ações ordinárias da PETR3, com direito a voto, caíam 2,02%, a R$ 30,93, enquanto as preferenciais, da PETR4, perderam 2,42%, cotadas a R$ 28,91.

Enquanto isso, a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira apontou a expectativa do mercado para a inflação, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), prevista em 5,44% ao final do ano, levemente acima da projeção anterior de 5,46%. Para 2026, a previsão de alta dos preços manteve-se em 4,5%, o centro da meta do BC é de 3%.

Em outra estimativa, a previsão para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) este ano subiu para 2,18%, acima da previsão anterior de 2,13%. A expectativa para 2026 teve uma leve alta para 1,81% contra 1,80% anteriormente.

No cenário internacional, investidores se preparam para uma reunião em Londres entre autoridades do governo dos EUA e representantes da China, com intuito de discutir um acordo comercial.

A retomada das discussões entre as duas maiores economias do mundo tem contribuído para acalmar as preocupações do mercado a respeito da economia americana.

Na última quinta-feira, Trump e o líder chinês Xi Jinping tiveram um telefonema, marcando o primeiro contato formal entre ambos desde a posse de Trump na Casa Branca. A expectativa é que as discussões comerciais continuem, com Trump afirmando que planeja ir à China quando Xi também visitar os EUA.

Os investidores estão na expectativa de novidades sobre as negociações que possam impactar as tarifas impostas por Trump no futuro.

Dados divulgados na sexta-feira mostraram que a economia americana criou 139 mil vagas em maio, superando a expectativa de analistas que prevíram a criação de 130 mil postos. A taxa de desemprego manteve-se em 4,2% pelo terceiro mês consecutivo, com a criação de 147 mil postos em abril.

Esses dados reforçam a percepção de uma economia americana aquecida, o que é positivo para o sentimento global, mas diminui as expectativas de cortes mais agressivos nas taxas de juros pelo Federal Reserve, conforme avalia Christian Iarussi, economista e sócio da The Hill Capital.

Confira a matéria completa em: maisvip.com.br

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