dolo de Atltico e Amrica, Euller aponta quem pode fazer a diferena na final do Mineiro

Vrios jogadores defenderam Atltico e Amrica na histria, mas nem todos conseguiram se tornar dolo dos dois clubes como Euller, o Filho do Vento. Em entrevista exclusiva ao No Ataque, o ex-atacante apontou quem pode fazer a diferena na final do Campeonato Mineiro, falou sobre a expectativa para o jogo e relembrou momentos marcantes pelos rivais. 

Euller foi revelado pelo Coelho, em 1988, e fez 79 gols em 236 jogos ao longo de trs passagens. Ele ajudou o time a conquistar o ttulo do Estadual em 1993. J no Galo, o ex-jogador marcou 62 vezes em 169 partidas e levantou a taa da competio em 1995.

Com uma longa histria pelos dois times, o Filho Do Vento prefere acompanhar distncia e no declara torcida a nenhum deles. 

“S acompanho de longe. Tenho gratido, carinho e amor pelas duas equipes, por todos que trabalham nas duas equipes. Nessas horas, Deus est no controle e vai abenoar a equipe, aquele que mais se esforar e menos errar, como sempre no clssico. Quando se trata de clssico, aquele que menos erra tem uma grande chance de sair com a vitria. Que vena o melhor”, afirmou.

A expectativa de Euller para a final

Euller tambm prefere no apontar um favorito, mas acredita que o Atltico comandar as aes nos duelos contra o Amrica. A partida de ida da final estmarcada para o prximo sbado (8/3), s 16h30, enquanto o segundo jogo ser uma semana depois, em 15 de maro, no mesmo horrio, no Independncia.

“Eu no dou palpite no jogo at porque no aposto (risos). No tenho dvidas que ser um grande clssico. Claro que o Atltico vai propor mais o jogo, porque sempre foi assim, no d para ser o contrrio. Basta ver a deciso que o Cruzeiro deixou de no querer propor o jogo e acabou sendo eliminado, explicou. 

O Cuca um especialista em aprender com os erros dos adversrios, ento o Atltico ir propor o jogo. Acho que o Amrica tem que jogar em transies como sempre foi em jogos contra Atltico e Cruzeiro, sempre foi assim, prosseguiu.

Veloz quando ainda atuava, Euller tambm foi gil na hora de escapar das perguntas. O ex-atacante acredita que no possvel apontar um favorito na final devido ao equilbrio no futebol atual.

“No digo que tenha um favorito. No futebol hoje no se apontam mais favoritos, mesmo voc tendo um grande elenco, um grande time, porque voc tem instrumentos hoje, como o VAR, que podem acabar mudando a situao, por exemplo com uma expulso no incio. Hoje fica muito difcil falar quem vai entrar em campo e vai ganhar. Basta ver a Copa do Brasil, em que j temos surpresas, inclusive com o Amrica, afirmou.

Atltico x Amrica: quem pode decidir o jogo?

Decisivo em vrios jogos ao longo da carreira, Euller apontou o atacante Hulk e o meia Bentez como os grandes jogadores de Atltico e Amrica, mas lamentou o fato de ambos possivelmente no atuarem nas finais, j que se de leses na coxa direita e esquerda, respectivamente.

Diante disso, o ex-atacante citou outros trs como possveis destaques dos rivais, sendo dois deles do alvinegro. 

“Os dois que eu apontaria esto fora: Hulk pelo lado do Atltico e Bentez pelo lado do Amrica. E os dois so jogadores de definio, embora o Atltico tenha mais jogadores decisivos, como o Rony, o Scarpa, por exemplo, que definem jogadas, tm inteligncia, disse.

O Amrica tambm tem o Fabinho que um jogador que pode decidir. Mas se fosse para apontar um de cada, os dois esto fora, completou.

Momentos especiais de Euller por Atltico e Amrica

Apesar da longa trajetria no Amrica, Euller no teve dvidas ao escolher o momento mais especial pelo Coelho. Aos 53 anos, ele no esquece a primeira vez em que teve a oportunidade de disputar um clssico pela primeira vez.

“O momento mais especial para mim foi o primeiro clssico que joguei contra o Atltico. Voc sobe para o profissional, ento fica a expectativa de jogar um grande clssico. Estamos falando do incio da dcada de 1990, o que marcava na vida do Amrica era jogar contra Atltico e Cruzeiro, porque o Amrica estava na Srie C, relembrou.

Os estaduais tinham grandes valores, o Amrica estava formando um bom time, na poca tinha Palhinha, Ronaldo Luiz, ento queramos ganhar de Atltico e Cruzeiro”, explicou.

A lembrana mais marcante pelo Atltico tambm foi no incio da trajetria pelo clube, mais especificamente em 1995, em um amistoso contra o Flamengo, no Maracan. O Filho do Vento conta que o dia foi especial pela vitria com gol marcado, a apresentao ao lado de outros grandes jogadores e um canto da torcida alvinegra. 

“Foi o meu primeiro jogo com a camisa do Atltico, que foi contra o Flamengo, um dos grandes rivais do Atltico. Um jogo amistoso, apresentao minha, do Taffarel, Paulo Roberto, Doriva, vrios jogadores se apresentando no Atltico, centenrio do Flamengo, Mineiro lotado, e ganhamos de 3 a 2. Tive a felicidade de fazer o terceiro gol, disse.

Foi a minha chegada, ento o carto de visitas foi esse, com gol e ouvindo da torcida do Atltico meu nome com o apelido sendo cantado pela arquibancada pela primeira vez, fazendo esse corinho, “Eu, Eu, Eu, Euller, filho do vento”, porque nos outros lugares era “ole, ole, ole, filho do vento”, depois que vim para o Atltico que ouve isso”, finalizou.

A carreira de Euller

Euller foi emprestado pela equipe do Venda Nova para o Amrica em janeiro de 1988 para a disputa da Taa Rio Juvenil. O curioso que o ento atacante foi negociado pela primeira vez em troca de bolas, beliches, colches e chuteira.

O primeiro gol como profissional veio em 1991, contra o Rio Branco, no Independncia, pelo Campeonato Mineiro. No mesmo ano, o Filho do Vento disputou os clssicos contra Cruzeiro e Atltico. 

O ttulo Mineiro de 1993 abriu a galeria de trofus do atacante, que na temporada seguinte foi defender o So Paulo e trabalhar com Tel Santana. Pela equipe do Morumbi, ele foi campeo da Recopa Sul-Americana de 1994 e vice da Copa Libertadores.

Em 1995, Euller voltou para o futebol mineiro, mas para atuar pelo Atltico. No alvinegro, ele conquistou o regional daquele ano e foi vice da Copa Conmebol. 

Os ttulos foram ampliados na passagem pelo Palmeiras, com destaque para a Libertadores de 1999. Depois de desfilar pelos gramados japoneses, no Verdy Kawasaki, o atleta retornou para o futebol brasileiro para jogar no Vasco, onde editou parceira com Romrio e se consagrou campeo Brasileiro e da Copa Mercosul, ambos no ano 2000.

O Filho do Vento tambm foi vitorioso no futebol japons, com vrias conquistas pelo Kashima Antlers. Em 2004, Euller ainda foi campeo paulista com o So Caetano. A emoo mais forte da carreira, citada pelo prprio, foi ter sido convocado para a Seleo Brasileira pela Eliminatria da Copa do Mundo 2002. O jogador deixou sua marca, na estreia, em uma partida contra a Venezuela, mas acabou ficando de fora da lista final de convocados do tcnico Felipo.