Grupo toca no Lollapalooza e abre shows da turnê de Foo Fighters e Queens of the Stone Age pelo Brasil, incluindo a apresentação desta terça-feira (27), em São Paulo. Banda brasileira “Ego Kill Talent” abre show do Foo Fighters
O grupo paulistano Ego Kill Talent é conhecido por ter integrantes de outros grupos, como Sepultura e Reação em Cadeia.
É também conhecido por tocar em festivais, como o Rock in Rio, no ano passado, sempre com uma particularidade: os integrantes trocam muito de instrumentos durante os shows.
Em entrevista ao SP1, a banda fala sobre abrir para o Foo Fighters, explica o rodízio de instrumentos e conta como cria rocks como “Last Ride”.
Lolla em março
A banda toca no dia 24 de março, no festival Lollapalooza, com Pearl Jam e Imagine Dragons como atrações principais.
Eles também abrem os shows da turnê de Foo Fighters e Queens of the Stone Age pelo Brasil, incluindo a apresentação desta terça-feira (27), no Allianz Parque, em São Paulo.
O Ego Kill Talent é formado por Jean Dolabella (bateria, guitarra), Jonathan Correa (vocais), Niper Boaventura (guitarra, baixo), Raphael Miranda (bateria, baixo) e Theo Van Der Loo (guitarra, baixo).
Ego Kill Talent abriu o último dia do Rock in Rio 2017
Marcos Serra Lima/G1
O rodízio nos instrumentos durante os shows acontece naturalmente?
Jean – Isso aconteceu de forma muito orgânica. Acabamos investindo sem saber, a gente foi aproveitando, eu e o Rafa, que tocamos bateria na banda.
“Aproveitamos a situação de todo mundo tocar guitarra para deixar a construção das músicas meio que ficarem pra gente usar e potencializar isso da melhor forma. É muito orgânico”.
Nunca é pensado como uma coisa performática ou “tem que ser assim porque me sinto melhor tocando bateria nessa música”. A gente chega, cada um dá uma ideia. Às vezes tem um com riff, calha de estar eu na guitarra fazendo riff, o Rafa estar na batera, a gente começa a tocar, interagir, todo mundo vai interagindo com os instrumentos que estão ali e a gente vai fazendo isso da forma mais natural e colaborativa
Seria muito difícil eu chegar e falar para o Theo, que não é baterista, faz um groove assim na bateria pra gente compor alguma coisa em cima. Se fosse desse jeito, ia ser mais performático, não seria natural. Não é esse o objetivo da banda. A gente toca o que a gente está à vontade tocando e dependendo do jeito que aquilo vai acontecendo, chega uma hora que a música está pronta.
Quando ela está pronta, ai a gente grava daquele jeito e esse jeito que ela está gravada, é o que a gente apresenta la ao vivo. Então, as músicas que eu toco bateria nos discos são as músicas que eu toco bateria ao vivo e a mesma coisa com Rafael e com todo mundo.
Ego Kill Talent abriu para Queens of the Stone Age e Foo Fighters no Rio
Marcos Hermes/Divulgação
Isso aparece naturalmente desde o momento em que vocês estão compondo?
Jean – É uma parada que acontece lá desde o começo, desde a semente da banda que a gente faz isso.
Não dá pra fazer paralelo com Dave Grohl, que é multi-instrumentista, que fez tudo?
Theo – Eu acho que de uma certa forma, porque quando um baterista toca guitarra, ele pensa diferente. Eu falo isso por ser guitarrista e não baterista. Mas eu vejo quando o jean traz uma ideia de guitarra ou o rafa, a noção rítmica é diferente do lugar comum que o guitarrista vai quando ele tá pensando em riff de guitarra. Isso acaba dando uma cara diferente, toda uma identidade.
Que eu acho que a gente pode ver isso também no foo fighters também, pelo fato de o Dave grohl compor as linhas de guitarra e ter um background todo rítmico de bateria. Eu acho que influencia bastante.
Acontece algum tipo de identificação com o som que vocês fazem com o som que eles fazem por essa característica do Dave Grohl?
Theo – Sem dúvida nenhuma tem uma identificação do nosso som com o foo figterhs, principalmente porque é um rock feito com muita identidade. Isso acho que é a maior identificação.
“Tenho a sensação que a música do Foo Figters realmente representa o que eles são e o que o Dave Grohl é, não é uma coisa pensada, é aquilo ali. E gente faz a mesma coisa”.
Jean – O gancho acho que está muito mais nisso do que no técnico, no jeito de fazer a música. Não é um espelho, que a gente olha para o foo fighters e vamos fazer uma música meio assim. Até isso na banda na banda é muito orgânico, acontece de uma forma muito orgânica. Todo mundo toca instrumento há muito tempo, é músico há muitos anos, entã é natural a gente vir de vários, muito background diferente, u monde de gente escutando coisa diferente. Na hora d ecompor a gente deixa isso acontecer da forma mais natural possível. Não tem espelho. A gente não olha para aquela banda e pensa em fazer alguma coisa assim
Muitas vezes quando perguntam pra gente qual o estilo da banda, um rótulo, se pudesse por um rótulo, além de rock, que o negócio foi virando tanto, ramificando de tantas formas, é difícil colocar. É difícil falar de influências, colocar uma coisa que seja “ah, a gente é influenciado por essa banda”. Porque a gente não se espelha dessa forma.
Theo – A realidade eu acho que as influências vem de diversos tipos de música diferente, que a gente ouve muito tipo de música diferente, desde o metal até o pop, Lenny Kravitz, Phill Collins. A gente é muito influenciado por isso tudo. E acho que isso vem sem a gente perceber nas composições. E também de outros elementos, não só música. Por exemplo, cinema. Todo mundo gosta muito de cinema. Filosofia, a gente gosta de ler. Acho que tudo isso influencia. Na parte da letra, nem se fala. E até musicalmente.
Exemplo de alguma influência, que não seja musical, que apareceu na música?
Theo – Sem dúvida, indo mais para o lado das letras. Muita coisa de filosofia, budismo, tem muita coisa de budismo.
E a sensação quando pensam que vão abrir show do Foo Figthers?
Niper – O legal é que a gente trabalha muito. A gente não tem um plano B, não tem nada. Nosso dia é isso. E é um carimbo do trabalho sendo bem feito. A gente está sendo premiado com esse tipo de situação. Sendo colocado ao lado de duas bandas que hoje em dia são os grandes nomes do rock mundial. Então tocar nessa oportunidade, com as duas juntas.
O que representa este show, o que Foo Fighters e Queens representam?
Niper – Não tem como negar que é muito especial, que a gente está ansioso. Mas é muito pelo empenho de tudo isso. Entrei na música por causa do nirvana, que era onde o dave tocava bateria. E mudou minha vida. É aquela coisa de não saber, dar um arrepio. E você não sabe. Espero que a molecada esteja sentindo isso com a gente hoje em dia, que é uma sensação muito boa. E na sequência estava vendo o Foo Figters, eu vi um clipe e ele estava tocando uma guitarra e eu quis aquela guitarra. Minha primeira guitarra eu só toquei guitarra por causa disso. E hoje a gente vai ocar com os caras, isso não tem muito o que falar. Está unindo nossa carreira agora com o começo da minha vida na música.
Fonte: G1 Música – Leia a matéria completa.