O deputado federal Paulo Abi-Ackel, presidente do PSDB em Minas Gerais, foi escolhido pela executiva nacional do partido como o coordenador da comissão eleitoral tucana para as eleições municipais de 2024.
O objetivo da comissão, que conta ainda com outros sete integrantes, entre eles Aécio Neves, é garantir que as diretrizes gerais para o próximo processo eleitoral sejam cumpridas.
Abi-Ackel explicou as linhas gerais sobre o trabalho do PSDB nas eleições municipais do ano que vem e como elas serão importantes para o futuro do partido. “Nós temos muita consciência de que a eleição de 2024 representará uma fragmentação ainda maior do que aquela que aconteceu no ano passado, em razão da proliferação de partidos, o que obviamente divide o eleitorado em muitas siglas, muitas alternativas. Mas o PSDB tem uma qualidade: nós somos um partido programático. Aqueles que estão ainda no partido estão porque gostam e entendem que a legenda ainda é a luz do centro político brasileiro”, explica.
O trabalho a ser executado no ano que vem durante as eleições municipais é peça-chave para que o PSDB volte a crescer, após encolhimentos consecutivos desde 2014. Naquele ano, após bater na trave com a candidatura de Aécio Neves à Presidência da República, os tucanos fizeram quatro senadores, 54 deputados federais e nove deputados estaduais em Minas.
Quatro anos depois, em 2018, o número de senadores aumentou para nove, mas os de deputados federais e estaduais em Minas despencaram: 29 e sete, respectivamente. Já nas eleições do ano passado, a legenda teve resultados piores nas três casas legislativas: três senadores, 13 deputados na Câmara e apenas dois na Assembleia. Em relação aos municípios, o PSDB tinha 129 prefeituras em 2016 e cresceu para 148 em 2020.
Desempenho em Belo Horizonte será ‘termômetro’
Em Belo Horizonte, o nome do PSDB a ser indicado para a disputa da prefeitura deve ser o do ex-deputado estadual João Leite, atual presidente da legenda na cidade. Uma vitória na capital mineira, ou pelo menos chegar ao segundo turno, pode dar novo fôlego aos tucanos no Estado. O desempenho em Belo Horizonte pode “dar o tom” para futuras pretensões do PSDB, principalmente em 2026.
Após perder para Alexandre Kalil (PSD) no segundo turno de 2016 e não se eleger para a Assembleia após sete mandatos consecutivos, João Leite pode disputar a prefeitura da capital pela quarta vez na carreira política, a terceira pelos tucanos.
O partido comandou o Executivo municipal apenas uma vez, com Pimenta da Veiga. Eleito em 1989, ele deixou o cargo um ano depois para disputar o governo do Estado, tendo sido derrotado ainda no primeiro turno. O então vice-prefeito, Eduardo Azeredo, assumiu a prefeitura e não conseguiu fazer o sucessor em 1992. Naquela época, não havia reeleição. O pleito daquele ano foi vencido por Patrus Ananias (PT).
Em entrevista recente ao Café com Política, da FM O TEMPO 91,7, João Leite destacou a importância da representação do partido no Executivo da capital. “A partir de Pimenta da Veiga como prefeito, tivemos a proteção da Praça da Liberdade, que é um ponto importante para o belo-horizontino, mudamos a feira que ficava na praça da Liberdade para a avenida Afonso Pena. Depois o próprio saneamento do vale do Arrudas, com o Eduardo Azeredo como governador. E com o Aécio Neves, a Linha Verde, o Boulevard Arrudas e a quadruplicação da avenida Antônio Carlos”, disse, durante a série de entrevistas com possíveis candidatos à PBH, convidados após a divulgação da pesquisa DATATEMPO, que apontou 7,9% das intenções de voto para o tucano.
João Leite disputou a prefeitura pela primeira vez em 2000, contra o então prefeito Célio de Castro (PSB). Foi a primeira eleição municipal com o instituto da reeleição. O tucano foi para o segundo turno e perdeu, obtendo 562.863 votos (45,05% dos votos válidos). A segunda tentativa foi em 2004, contra Fernando Pimentel (PT). Nessa disputa, Leite concorreu pelo PSB e não chegou a ir para o segundo turno, com vitória direta de Pimentel.
A terceira vez foi em 2016, contra Alexandre Kalil, então no PHS. A votação do tucano nesse pleito seria um trunfo para ele tentar pela quarta vez. Na ocasião, ele obteve 557.356 votos (47,02%). Em 2020, o PSDB optou por lançar Luísa Barreto, numa estratégia nacional de renovar os quadros e aumentar as candidaturas femininas. Ela obteve 17.161 votos, apenas 1,39% dos válidos.
Confira a matéria completa em: zug.net.br