A eleição para escolha do futuro prefeito de Ipatinga caminha para um racha entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PL). De um lado, o atual prefeito Gustavo Nunes (PL), que tem o apoio do partido de Bolsonaro para tentar a reeleição. Do outro lado, a ex-deputada Alê Silva (PRD), que tenta fazer valer a proximidade que teve enquanto era base do ex-presidente na Câmara dos Deputados.
Os dois brigam pela herança de Bolsonaro que, nas eleições de 2022, teve 65% dos votos válidos ao ex-presidente, quase o dobro do que foi dado ao presidente Lula (PT), que foi derrotado na cidade com 34% da preferência do eleitorado.
A primeira disputa que Gustavo Nunes enfrentou foi para se tornar o indicado do PL para a eleição. O atual prefeito teve a imagem comprometida após duas denúncias de improbidade administrativa apresentadas pelo Ministério Público, questionando a legalidade de contratos assinados pela atual administração. A situação possibilitou a abertura de uma CPI na Câmara da cidade e desgastou a imagem do prefeito. Por causa disso, cresceu dentro do PL a possibilidade de indicar a deputada federal Rosângela Reis. Divergências internas que, segundo o PL, foram superadas.
“Os ataques ao prefeito Gustavo não tem nenhum fundamento ou prova, e são fruto do ambiente de pré-campanha ou de denúncias sem fundamentos feitas por adversários. O prefeito Gustavo tem ficha limpa, não tem nenhuma condenação e, portanto, tem nosso total apoio”, diz nota do presidente do PL em Minas Gerais, deputado federal Domingos Sávio.
“O PL está totalmente unido em apoio a pré-candidatura do prefeito Gustavo Nunes, pois estamos seguros que ele representa a melhor opção para Ipatinga. Este apoio é fruto de um entendimento de todas as lideranças do PL, incluindo os deputados do Partido votados em Ipatinga como o Deputado Níkolas, a deputada Rosângela Reis e o presidente estadual do PL, Domingos Sávio. Portanto, tem também o apoio da direção nacional do partido e do nosso presidente de honra Jair Bolsonaro”, conclui a nota.
A deputada Alê Silva aposta que todo este apoio pode ficar apenas no papel. A expectativa da pré-candidata do PRD é que o presidente Jair Bolsonaro não se envolva na eleição municipal. “Eu estive em Brasília e ouvi dele (Bolsonaro) que, no que puder, ele não vai me atrapalhar. Ele pode até não ficar à vontade para romper esta questão partidária, mas não deve me atrapalhar”, avalia a ex-deputada.
Na nota de Domingos Sávio, o PL minimiza o racha na base de apoio do ex-presidente e diz que ainda espera uma união dos pré-candidatos de direita na cidade. “O pré-candidato do PL, do presidente Bolsonaro, em Ipatinga é o prefeito Gustavo, que sempre apoiou o presidente Bolsonaro desde 2018. Acreditamos que quem é de direita e apoia o presidente Bolsonaro, a tendência será se unir conosco para não corrermos o risco de entregar o comando de Ipatinga para esquerda”, diz.
Alê Silva, no entanto, afasta a possibilidade de se unir ao atual prefeito. “Não vou desistir; não ser vice de ninguém. Estou com a minha candidatura para levar para frente. Já até escolhi o meu vice, o Doutor Rogério Leal, que é médico. Hoje eu sou a presidente do PRD em Ipatinga e por isso tenho legenda garantida. Não vou abandonar minha candidatura”, destaca.
Base de Lula deve ir unida
Se entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a situação é de racha na disputa em Ipatinga, entre os apoiadores do presidente Lula (PT) a questão parece estar melhor encaminhada.
A ex-vereadora da cidade, Lene Teixeira (PT), será oficializada como pré-candidata em 18 de maio. Ela vai receber as bênçãos da presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann. Existe ainda um outro nome colocado dentro da federação que une PT, PCdoB e PV, o do ex-vereador Edinho Ferramenta, que é do PV. Mas a expectativa de Lene Teixeira é que a situação seja solucionada de forma tranquila. “A federação só pode lançar uma candidatura, então esta situação terá que ser definida. É uma construção que já está avançada. Hoje a presidência da federação está com o PCdoB e a gente espera que exista consenso aqui na cidade”, diz.
A cidade é base eleitoral do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), e havia expectativa de que ele, único ministro mineiro no governo Lula, poderia apoiar um nome do PSD para a disputa. Porém, conforme apurado por O TEMPO, Ipatinga, assim como Teófilo Otoni, Juiz de Fora, Contagem e Uberlândia, são cidades listadas por Alexandre Silveira como municípios onde o ministro defende uma aliança com candidatos indicados pelo PT para fortalecer a base eleitoral do presidente Lula em Minas Gerais e para pavimentar o caminho do PSD para o governo de Minas Gerais, em 2026.
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