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Expo Usipa 35 anos Uma Edição Histórica de Conexões, Negócios e Inovação!

BRASÍLIA – Famoso pelos vídeos no TikTok em que mostra seus supostos feitos na administração pública, o prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), mantinha contato com representantes de organização social suspeita de pagar propina para assumir a gestão de unidades de saúde da cidade antes de assumir o cargo. Desde o início da gestão dele, a entidade firmou contratos que ultrapassam R$ 100 milhões.

As informações constam no relatório da Polícia Federal (PF) que embasou a operação Copia e Cola e foram divulgadas pelo G1 nesta quinta-feira (26). Manga e a primeira-dama, Sirlange Maganhato, foram alvos de busca e apreensão na operação Copia e Cola deflagrada pela PF em abril e que, investiga suspeitas de fraudes na contratação do Instituto de Atenção à Saúde e Educação (Iase, antiga Aceni) para administrar, operacionalizar e executar ações e serviços de saúde em Sorocaba.

O G1 revelou nesta quinta que, conforme a investigação, o vínculo entre Manga e dirigentes do Iase fica evidente em conversa de 2020, em uma conversa entre Paulo Korek e o sócio Anderson Luiz Santana, à época, integrantes da cúpula do instituto. A conversa, de 23 de setembro, mostra o início de um possível apoio à campanha de Manga para prefeito de Sorocaba.

“O João marcou para segunda-feira no PRB, com o cara de Sorocaba, o cara de Sorocaba vai ganhar, é aquele cara que já esteve com a gente… João já marcou no partido, inclusive, para tentar fazer até uma situação melhor pra nós…”, diz trecho do diálogo recuperado pela PF.

“Oi Fausto, boa tarde, como você está, meu irmão, na paz? Sim, Fausto, tô chegando tá?”. Um minuto depois, outra mensagem: “Fausto, show, show, acabei pegando um pouquinho de trânsito, tá dando aqui que vou chegar em dez minutinhos, tá? Atrasado, tá? Mas uma e dez estou no seu gabinete, tá bom?”.

Em maio, menos de dois meses depois da primeira reunião, a prefeitura informou ao Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), grupo que administrava a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Éden, que o contrato não seria prorrogado. Em junho, há uma nova mensagem entre representantes da Aceni. Korek foi avisado por um funcionário que ele havia se reunido em Sorocaba com o secretário de Saúde da época, Vinícius Rodrigues. O funcionário afirma que o secretário queria que a Aceni assumisse um serviço na cidade, pensando em “uns 20 por mês”.

Ainda segundo o G1, a PF teve acesso também a e-mails de funcionários da Aceni encaminhados para a empresa que fornecia medicamentos para a organização social, a Medmais, que pertence ao cunhado de Paulo Korek, Carlos Korek Farias. Eles mostram que pessoas ligadas à Aceni sabiam que assumiriam o serviço da UPA do Éden, antes que o processo chegasse ao fim, o que ocorreu somente em 13 de julho de 2021.

Casa de luxo com dinheiro vivo

Em outra reportagem, publicada na quarta-feira (25), o G1 mostrou que Rodrigo Manga pagou R$ 183 mil em espécie como entrada em uma casa de alto padrão em um condomínio fechado, localizado na zona leste da cidade. O imóvel, moradia do prefeito, foi alvo de um mandado de busca e apreensão da PF em 10 de abril, durante a operação Copia e Cola.

Na mesma reportagem, o G1 revelou que a primeira-dama também é alvo da investigação. Por meio dos advogados, os dois afirmaram “que seus nomes foram mencionados nessa investigação de forma indevida e em nítida perseguição política”.

Indícios de lavagem de dinheiro por meio de igreja

Com a quebra do sigilo bancário da empresa de Sirlange Frate Maganhato — autorizada pela Justiça a pedido da PF —, foram identificadas movimentações nos nomes da irmã da primeira-dama, Simone Rodrigues Frate Souza, e do cunhado, Josivaldo Batista de Souza, segundo o G1.

A pastora Simone é casada com o pastor Josivaldo, e os dois são donos da igreja Cruzada dos Milagres dos Filhos de Deus, que tem duas unidades em São Paulo e foi fundada em junho de 2020.

Há ainda indícios de lavagem de dinheiro na compra de imóveis por parte de uma empresa do empresário Marco Silva Mott, amigo de Rodrigo Manga.

As informações serviram de base para o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) autorizar a operação Copia e Cola.

Peritos da PF apontaram que as “compras realizadas por Marco Silva Mott foram celebradas com o artifício de subavaliação do real valor das transações de compra e venda de imóveis” – métodos de “lavagem de dinheiro”.

Isto significa que a compra foi declarada por um valor menor do que os imóveis valem, de fato, no mercado. Em um dos casos, a escritura registrou a compra por R$ 450 mil, mas o pagamento efetivo superou R$ 1 milhão.

Posts nas redes sociais do prefeito mostram a relação dele com Marco Mott. Na investigação da PF, há citação para uma chamada de vídeo dos dois, intitulada “ligação de vídeo de milhões”, divulgada pelo G1.

Amigo de infância do prefeito, o empresário é apontado como um dos operadores financeiros de Manga e da primeira-dama. Segundo a investigação, Mott teria atuado no desvio de milhões de reais de recursos públicos da saúde municipal.

Uma das transações monitoradas foi registrada por câmeras de segurança de um banco de Sorocaba. No vídeo, pedido pela PF, é possível ver que em 2 de março de 2023, às 14h40, Mott aparece na agência, que fica no Centro da cidade, com uma mochila nas costas e mexendo no celular.

Na imagem, destacada pela PF, dá para ver vários montantes de dinheiro. O banco confirmou que ele depositou R$ 20,4 mil. Outra câmera flagrou a saída dele três minutos depois.

A investigação aponta que, entre 2021 e 2023, Marco Mott ou suas empresas transferiram mais de R$ 210 mil para a 2M Comunicação e Assessoria, empresa registrada em nome da primeira-dama de Sorocaba. Este período é o mesmo em que o empresário fez os depósitos em dinheiro vivo.

Empresário investigado tem trânsito livre na prefeitura

Cruzando as datas dessas reuniões com os depósitos em dinheiro vivo, a PF identificou que, em cinco ocasiões, o amigo do prefeito saiu da sala de reunião no primeiro andar do Paço Municipal e foi até o banco fazer depósitos.

Ainda conforme a PF, os valores movimentados pelo empresário seriam provenientes de corrupção, de contratos fraudulentos na área da saúde de Sorocaba. No nome de Mott e das empresas que possui, a polícia identificou a movimentação de mais de R$ 6 milhões em espécie, sem origem comprovada.

Réu por suspeita de superfaturamento de R$ 11 milhões

Em maio, a Justiça de São Paulo tornou réus Rodrigo Manga  e o ex-secretário de Educação de Sorocaba, Márcio Carrara, e a empresa Educateca em uma ação de improbidade administrativa.

Auditoria do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) comprovou que, de cada R$ 4 gastos na compra das lousas digitais, R$ 1 foi superfaturado. O contrato é de R$ 46 milhões, dos quais R$ 44 milhões já foram pagos.

Além do TCE-SP, o MP paulistano apontou na ação que, em 2021, a prefeitura de Sorocaba comprou 1.188 lousas digitais por R$ 26.062 a unidade, destacando que a cidade de Indaiatuba (SP) adquiriu itens semelhantes, da mesma marca e modelo, por R$ 16.700 cada.

O primeiro apura suspeita de favorecimento em uma licitação de semáforos. No segundo, a Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo acusa a prefeitura de superfaturamento na aquisição de kits de robótica, no valor de mais de R$ 20 milhões.

Milhões de seguidores nas redes sociais e plano para Presidência

No início de abril, ele anunciou pelas redes sociais que aceitaria o convite do PRTB para ser pré-candidato à Presidência da República em 2026, caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não participe da disputa – Bolsonaro está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ainda é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

Segundo a assessoria do prefeito, ele recebeu convite do PRTB, partido que tinha em suas fileiras o autodenominado ex-coach Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de São Paulo em 2024, além de apoio do presidente nacional do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (ES).

Confira a matéria completa em: zug.net.br

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