O Instituto Vladimir Herzog, o Acervo Bajubá e o Arquivo Lésbico Brasileiro (ALB) fazem o lançamento, neste sábado (7), no Memorial da Resistência de São Paulo, da exposição virtual “Vidas Dissidentes em Ditadura – Repressão, Imaginário Social e Cotidiano”. Esta iniciativa busca retratar a perseguição e as violências sofridas pela comunidade LGBTQIA+ durante a ditadura civil-militar que se estendeu de 1964 a 1985, além de abordar as violências que ainda persistem hoje.
Complementando a exposição, será lançado um podcast que aprofunda o tema. Ambos os projetos têm como objetivo educar o público sobre os mecanismos de resistência e resposta que a militância LGBTQIA+ encontrou diante das pressões da heteronormatividade.
A exposição oferece acesso à documentação gerada pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), permitindo que os visitantes conheçam os relatos de sobreviventes e entendam melhor as violências enfrentadas pela comunidade. A rotulação de identidades de gênero e orientações sexuais fora do padrão heteronormativo foi uma das formas de intensificação da marginalização dessa população, manipulando referências médicas para justificar as violências que sofreram.
A coordenadora executiva da área de Memória, Verdade e Justiça do Instituto Vladimir Herzog, Lorrane Rodrigues, destaca a importância dos testemunhos de vítimas para a compreensão do histórico de violação de direitos. Segundo ela, a preservação de informações em acervos, que começou muito antes, nas décadas de 1970 e 1980, mostrou a proatividade da comunidade em documentar suas experiências de opressão.
“A gente vê que o silêncio e o medo vão sendo enfrentados. Muitas pessoas dissidentes de sexo e gênero vão encontrando segurança para narrar, e isso tem um impacto imenso, pois esses testemunhos não são apenas individuais, mas ajudam a reconstituir uma memória coletiva que foi invisibilizada”, observa Lorrane.
O lançamento da exposição e do podcast ocorrerá no dia 7 de junho, das 14h às 17h, no Memorial da Resistência de São Paulo, localizado no Largo General Osório, 66 – Santa Ifigênia, São Paulo – SP.
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