SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O músico e compositor Bira Presidente faleceu na noite deste sábado (14), aos 88 anos. A notícia foi confirmada pelo Grêmio Recreativo Cacique de Ramos, que lamentou sua morte em decorrência de complicações relacionadas ao câncer de próstata e ao Alzheimer.
Seu nome verdadeiro era Ubirajara Félix do Nascimento, e ele foi uma das grandes referências do pandeiro na história da música brasileira. A trajetória de Bira no samba se inicia quando ele e os irmãos fundam, em 20 de janeiro de 1961, o bloco Cacique de Ramos.
Como primeiro presidente da agremiação, Bira se destacou e recebeu o título de Bira Presidente, permanecendo no cargo de forma vitalícia. Sob sua liderança, o bloco cresceu, desfilou no centro do Rio e gravou vários discos nas décadas de 1960 e 1970. A verdadeira transformação ocorreu em 1972, quando o bloco conquistou uma sede própria e iniciaram as rodas de samba de quarta-feira, revelando talentos do samba.
O Cacique de Ramos chamou a atenção da cantora Beth Carvalho, que incluiu partes da roda de samba em seu disco “De Pé no Chão”, lançado em 1978. Isso contribuiu para a formação do grupo Fundo de Quintal, reconhecido como um dos maiores nomes do samba, com Bira sendo um dos integrantes principais.
Bira Presidente se destacou pela inovação na forma de tocar pandeiro, estabelecendo um diálogo mais harmonioso entre este instrumento e outros do samba, e ajudou a criar um novo estilo musical. Com o Fundo de Quintal, ele lançou mais de 30 discos e conquistou prêmios, incluindo o Grammy Latino em 2015.
Em 2019, Bira se afastou do grupo em razão de problemas de saúde e, no ano seguinte, foi diagnosticado com Alzheimer. Ele se mudara para a casa de sua filha, onde passou seus últimos dias, sendo lembrado com carinho por sua contribuição à música brasileira.
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