As fraudes bancárias digitais e os golpes envolvendo cartões no Brasil chegaram a um montante recorde de R$ 10,1 bilhões em 2024, de acordo com a Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban). Esse fenômeno tem sido classificado pelo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, como cangaço digital, destacando a crescente atuação do crime organizado no sistema financeiro digital.
A Polícia Federal está atenta a essa nova realidade e adaptou suas estratégias de combate às fraudes. Tradicionalmente, as investigações focavam em ocorrências individuais; atualmente, a PF visa identificar a origem das fraudes para agir de forma eficaz e estancar os golpes desde a raiz. “Não adianta ter um volume imenso de operações e investigações se ao fim o resultado é insignificante”, afirmou Rodrigues durante um evento promovido pela Febraban que abordou segurança cibernética e fraudes bancárias.
Estrategias de Combate
Segundo Andrei Rodrigues, a PF definiu três eixos de atuação:
- Integração entre os setores: Estabelecimento de colaboração entre setor público e privado, com iniciativas que datam de 2017.
- Descapitalização: Ações visando a desarticulação financeira de organizações criminosas.
- Cooperação internacional: Reforço da colaboração entre países, dado que o crime não possui fronteiras.
O secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, chamou a atenção para a necessidade de reestruturar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), para que ele tenha mais poder e possa auxiliar efetivamente na identificação e separação de atividades ilícitas.
Isaac Sidney, presidente da Febraban, enfatizou a necessidade de penalizar administrativamente os indivíduos que cedem seus CPFs para movimentações financeiras irregulares, uma prática comum entre os chamados “laranjas”. Ele propôs restrições severas para minimizar as operações fraudulentas.
Responsabilidade nas Instituições
Sidney também destacou que é crucial responsabilizar as instituições financeiras que, por negligência, permitem que criminosos abram contas para o tráfico de dinheiro ilícito. “Precisamos adotar uma postura firme contra essa fragilidade”, reiterou.
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