Parque completa nesta segunda 50 anos da primeira transmissão
De longe, o Parque de Transmissões do Rodeador contrasta com o cenário rural da região administrativa de Brazlândia (DF). A visibilidade de quatro conjuntos de antenas com mais de 140 metros de altura, incluindo os transmissores em ondas curtas da Rádio Nacional da Amazônia, descortina uma época do avanço da tecnologia das comunicações. De perto, porém, as instalações contam apenas uma parte da história.
O envolvimento dos funcionários que fizeram e fazem as antenas transmitirem tem altura que não pode ser medida em metros. Nesta segunda (11.3), quando o parque completa 50 anos desde a primeira transmissão, pelo menos 45 pessoas são homenageadas pela Empresa Brasil de Comunicação, em razão dos serviços imensuráveis pela comunicação pública do paÃs.
O engenheiro eletrônico Higino Germani, de 74 anos, será o representante dos funcionários a descerrar a placa em comemoração ao cinquentenário do lugar, que é marco da história das telecomunicações do paÃs. âEu fiquei sinceramente emocionado quando me ligaram para avisar da homenagem. Eu não queria acreditar porque imaginei que a data ia passar em brancoâ. Ele foi o primeiro diretor técnico do lugar e participou ativamente de todos os preparativos para escolher um local adequado para transmitir o Brasil para o mundo.
âO Brasil tem que ter presença lá fora. E aqui dentro também. A gente não acredita, mas agora com transmissões digitais, a onda curta está renascendo, não só na Europa, mas também em outros paÃsesâ, afirmou.  Os funcionários recebem homenagem das mãos do presidente da EBC, Jean Lima, e da diretora-geral da empresa, MaÃra Bittencourt.
A maior preocupação
No caso de Germani, vai ser o reencontro com uma âaventuraâ da juventude. Aos 24 anos de idade, ele topou viver os seis meses de preparativos para uma obra sem precedentes. No dia 11, quando o presidente EmÃlio Médici apertou os botões dos transmissores, a sensação foi de alÃvio. âA grande preocupação era ter alguma falha na energia elétrica, porque não tinha gerador, não tinha nada. E cada transmissor daqueles dá uma “paulada” na rede de 750 kW. Quando a gente ligava ele à noite, em teste ainda, as luzes de Brazlândia ali piscavamâ.
âO Rodeador impacta o cidadão na ponta, no dia a dia das populações, e por isso é peça fundamental no fortalecimento da radiodifusão pública brasileira”, destacou o presidente da EBC, em comunicação da empresa. A ponta citada por Lima é a transmissão que chega a todos os rincões da Amazônia. Lugares em que nem mesmo a internet está inserida, mas que o rádio ainda faz toda a diferença.
âOnde quer que esteja uma pessoa no território amazônico, na Região Norte ou mesmo na Região Nordeste, por mais que esteja num local de difÃcil acesso, num local sem emissoras em FM, ainda assim poderá ter acesso ao sinal de uma emissora de rádioâ, explicou o professor Octavio Pieranti, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), pesquisador da história do parque.
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