Em um gesto significativo que homenageia a resistência, a ancestralidade e a riqueza da cultura negra mineira, o Governo de Minas, através do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep), aprovou, por unanimidade, a revalidação do reconhecimento da Comunidade Quilombola dos Arturos como Patrimônio Cultural Imaterial do estado.
A decisão foi divulgada na tarde da terça-feira (3/6), durante reunião no Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), em Belo Horizonte.
“É um dia de muita alegria e emoção. Temos o direito de ir e vir, de cantar, de fazer nossas tradições”, destacou o Mestre José Bonifácio, conhecido como Bengala, representante da Comunidade dos Arturos.

“Esse reconhecimento do Estado é de extrema importância, um momento marcante para nossa comunidade”, celebrou Everton Eustáquio da Silva, um dos representantes da comunidade e do Comitê de Salvaguarda que acompanhou a sessão.
A secretária de Estado Adjunta da Secult-MG, Josiane de Souza, comemorou a revalidação do registro, afirmando ser um reconhecimento da força, da história e resistência de um povo que mantém vivas tradições ancestrais fundamentais para a identidade.

De acordo com o presidente do IEPHA-MG, João Paulo Martins, a revalidação é um momento importante previsto na legislação e uma oportunidade de avaliar as ações de salvaguarda dos últimos 10 anos.
Na mesma reunião, o Conep também aprovou a criação do Catálogo da Paisagem Cultural de Minas Gerais, que será elaborado pelo Iepha-MG para promover e valorizar o patrimônio cultural do estado.
Histórico
Em maio de 2014, a Comunidade Quilombola dos Arturos foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais, sendo o primeiro registro de uma comunidade tradicional na categoria de lugares.
Em 2024, um Relatório de Reavaliação foi elaborado, conforme exigido a cada 10 anos, para verificar a continuidade e transformações do bem cultural, resultado de uma parceria e iniciativas diversas, incluindo a Festa de Nossa Senhora do Rosário.
História Centenária
A Comunidade Quilombola dos Arturos, localizada em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, teve início há 140 anos, fruto da união de Arthur Camilo Silvério e Carmelinda Silva, descendentes de escravos africanos que viviam e trabalhavam na região. Atualmente, a comunidade conta com aproximadamente 230 famílias que preservam e atualizam tradições da cultura negra mineira e brasileira.
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